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Fed se mantém cauteloso, mercados reagem com frieza
O dólar norte-americano se fortaleceu ainda mais enquanto os mercados acionários globais recuaram após declarações do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell. Ele descartou a possibilidade de um corte iminente nos juros, afirmando que ainda é "cedo demais" para tomar essa decisão, frustrando as expectativas dos investidores por uma flexibilização monetária já em setembro.
Sem cortes por enquanto, e sem cronograma definido
Após encerrar uma reunião de dois dias, o Fed manteve as taxas de juros inalteradas. Apesar de sinais de desaceleração econômica, o banco central evitou dar qualquer indicação concreta de quando os custos de empréstimos poderiam começar a cair. Dois dirigentes da instituição, ambos indicados pelo atual presidente dos EUA, se manifestaram publicamente contra a decisão, reiterando a necessidade de cortes nas taxas.
Declarações de Powell derrubam os mercados
Inicialmente, Wall Street se manteve estável, mas a coletiva de imprensa pós-reunião de Powell mudou o sentimento dos investidores. Sua insistência de que o Fed aguardará mais dados econômicos antes de agir puxou os índices para o vermelho — especialmente com a próxima decisão de juros prevista para setembro.
Preços do cobre caem com novas tarifas
O mercado de commodities também sofreu impacto. Os preços do cobre caíram após o anúncio dos EUA de novas tarifas significativas, o que assustou os investidores e aumentou os temores em relação às tensões comerciais globais.
Principais movimentos dos índices
Dólar ganha força
Após as recentes declarações do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, o dólar norte-americano continuou a se fortalecer. O índice do dólar, que mede seu valor em relação a uma cesta de moedas principais, subiu 1,01 ponto, atingindo 99,89.
Principais moedas recuam
O euro caiu 1,13%, sendo negociado a 1,1416 frente ao dólar. A libra esterlina recuou 0,78%, chegando a 1,3244. Já o dólar canadense perdeu 0,52%, sendo cotado a 1,38 por dólar americano.
Iene e franco suíço também caem
Em relação ao iene japonês, o dólar subiu 0,67%, alcançando 149,43. O franco suíço também perdeu valor: o dólar avançou 0,98%, sendo cotado a 0,814.
Juros dos títulos sobem
Os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA seguiram em alta em meio à incerteza persistente. Powell evitou dar qualquer indicação concreta sobre um possível corte nas taxas em setembro, deixando os mercados na expectativa.
Preços do petróleo sobem levemente
Os contratos futuros do petróleo bruto dos EUA subiram 1,14%, com alta de US$ 0,79, chegando a US$ 70 por barril. O Brent também teve valorização, subindo 1,01% ou US$ 0,73, e fechando em US$ 73,24 por barril.
Mercado de cobre abalado por tarifas
Em outro desdobramento, o ex-presidente Donald Trump assinou uma ordem impondo tarifas elevadas de 50% sobre certos tipos de produtos de cobre, com vigência a partir de 1º de agosto. O anúncio abalou o mercado: os contratos futuros de cobre na bolsa Comex dos EUA despencaram 19,5%. O prêmio em relação ao referencial global de Londres — que vinha subindo nas últimas semanas devido à expectativa de benefícios para fundições nos EUA — encolheu rapidamente após a notícia.
Pressão tarifária aumenta: Brasil e Índia na mira
Os Estados Unidos deram mais um passo agressivo em sua política comercial. O ex-presidente Donald Trump assinou uma ordem executiva impondo novas tarifas de importação de 50% sobre produtos vindos do Brasil. A medida veio após o anúncio anterior de uma tarifa de 25% sobre importações da Índia, ambas com início previsto para 1º de agosto. Essas ações ocorreram pouco depois do encerramento das negociações comerciais entre os EUA e a China na terça-feira, sem avanços significativos.
Ouro continua em queda
Os metais preciosos seguiram em baixa, com os preços do ouro estendendo as perdas após a decisão de juros do Federal Reserve e os comentários subsequentes de Jerome Powell. Dados econômicos fortes dos EUA já haviam pressionado os preços para baixo. Como resultado, o ouro à vista caiu 1,58%, sendo negociado a US$ 3.273,59 por onça.
Ações europeias sobem levemente
Apesar da incerteza causada pelas tarifas, os mercados europeus registraram ganhos modestos nesta quinta-feira. Uma série de balanços corporativos positivos impulsionou o sentimento, enquanto os investidores monitoravam as últimas medidas comerciais anunciadas por Trump.
Às 07h15 no horário de Greenwich, o índice pan-europeu Stoxx 600 avançava 0,3%. Salvo surpresas de última hora, o índice caminha para fechar o mês com um aumento acumulado de 1,6%, apoiado pela redução das tensões comerciais, dados econômicos melhores que o esperado nos EUA e na Europa, e lucros sólidos de empresas importantes.
Cresce o número de medidas comerciais
Em uma enxurrada de ações às vésperas do prazo de 1º de agosto, Trump anunciou diversas novas restrições comerciais. Entre elas estavam atualizações nas tarifas sobre cobre, novas medidas que afetam importações da Coreia do Sul, Brasil e Índia, e o cancelamento de isenções tarifárias para certos envios internacionais de baixo volume.
Bancos da zona do euro seguem em alta
As instituições financeiras da zona do euro ampliaram sua valorização, com o índice setorial bancário subindo 1%. O destaque ficou por conta do banco francês Societe Generale, que revisou para cima sua meta de lucro anual. As ações da instituição saltaram 7%, figurando entre os principais ganhos do dia.
Lucros e desafios em todo o setor
Os resultados de grandes instituições financeiras apresentaram um panorama misto. O banco britânico Standard Chartered divulgou um lucro antes dos impostos acima do esperado no primeiro semestre do ano, elevando o otimismo dos investidores. Por outro lado, o banco espanhol BBVA registrou queda no lucro líquido do segundo trimestre, o que reduziu ligeiramente o entusiasmo em alguns segmentos do mercado.
Shell supera previsões e mantém recompra de ações
A gigante do setor de energia Shell apresentou lucros trimestrais acima das expectativas e optou por manter seu programa de recompra de ações. Como resultado, suas ações subiram 2,9%. Os papéis da rival BP também registraram um leve aumento.
Vendas de cerveja decepcionam na AB InBev
A fabricante de bebidas Anheuser-Busch InBev sofreu uma forte queda nas ações após relatar volumes mais fracos. A retração foi impulsionada pela menor demanda dos consumidores na China e no Brasil, derrubando os papéis da companhia em 10,2% — uma das maiores perdas do pregão.
Wall Street de olho nas gigantes de tecnologia
Os lucros do setor de tecnologia estão ditando o ritmo em Wall Street. Resultados fortes divulgados na noite anterior por Microsoft e Meta (banida na Rússia) devem influenciar o pregão desta quinta-feira. Os investidores agora voltam sua atenção para os próximos balanços de Apple e Amazon, que podem impactar ainda mais o sentimento do mercado como um todo.