empty
 
 
07.05.2025 05:21 PM
Ouro volta a crescer

O ouro retomou sua trajetória de alta enquanto investidores avaliavam declarações do secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, sobre negociações comerciais, à espera da decisão do Federal Reserve sobre a taxa de juros.

Bessent afirmou recentemente que os Estados Unidos receberam propostas comerciais atrativas durante conversas com parceiros internacionais e sugeriu que alguns acordos poderiam ser anunciados ainda nesta semana. No entanto, a falta de detalhes específicos gerou dúvidas entre investidores e traders quanto à credibilidade das declarações. Apesar de mencionar a possibilidade de uma redução significativa nas tarifas sobre produtos norte-americanos, o secretário também ressaltou que os EUA não farão grandes concessões nas negociações.

This image is no longer relevant

Essa posição suaviza levemente a retórica em relação ao mercado interno, mas reduz as expectativas de uma recuperação rápida nas relações comerciais globais e na resolução dos conflitos em curso.
No contexto de crescente instabilidade econômica — provocada pela pandemia e por fatores geopolíticos —, medidas protecionistas, mesmo em versões mais brandas, tendem a agravar o cenário. Restrições ao acesso ao mercado norte-americano, ainda que acompanhadas de reduções tarifárias pontuais, pressionam as economias parceiras, forçando-as a buscar alternativas de desenvolvimento e a fortalecer seus mercados internos. No longo prazo, essa abordagem pode contribuir para a fragmentação da economia global, a redução do volume do comércio internacional e um crescimento econômico mais lento.

Ainda assim, segundo Bessent, os dados mais recentes do PIB não indicam uma recessão iminente. Ele destacou a resiliência dos gastos dos consumidores, que continuam sendo o principal motor da economia. No entanto, os números da balança comercial dos EUA revelam outro panorama: um aumento expressivo de 14% nas importações, na comparação mensal, sugere uma possível desaceleração do crescimento no curto prazo.

Bessent também ressaltou a importância de acompanhar de perto a conjuntura econômica global. Tensões geopolíticas, interrupções nas cadeias de suprimentos e a crise energética na Europa podem afetar negativamente o desempenho dos EUA. Por isso, apesar de os indicadores atuais serem relativamente positivos, ele defende a manutenção de uma postura vigilante diante de possíveis desafios.

This image is no longer relevant

Os preços do ouro se recuperaram diante dos temores de que as tensões comerciais possam desacelerar ainda mais a economia global.
Essa valorização também reflete a expectativa de uma postura cautelosa por parte do Federal Reserve, que deve adotar uma abordagem de espera na reunião de hoje, a fim de avaliar os efeitos das políticas comerciais implementadas no mês passado antes de qualquer ajuste nas taxas de juros. A previsão do mercado é de manutenção das taxas, apesar das reiteradas críticas do presidente Donald Trump ao presidente do Fed, Jerome Powell, por não ter promovido cortes nos juros.

No aspecto técnico, os compradores precisam romper a resistência imediata em US$ 3.400 para mirar o próximo alvo em US$ 3.421 — patamar que pode dificultar a consolidação de novos ganhos.
O objetivo mais ambicioso está na região de US$ 3.450. Em caso de recuo, os vendedores buscarão retomar o controle a partir de US$ 3.369. Um rompimento desse nível representaria um revés significativo para os compradores, podendo levar o ouro às mínimas de US$ 3.341, com potencial para estender a queda até US$ 3.313.

Jakub Novak,
Analytical expert of InstaTrade
© 2007-2025

Recommended Stories

Não pode falar agora?
Faça sua pergunta no chat.