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12.05.2025 02:28 PM
GBP/USD. Uma semana importante para a libra

O par GBP/USD voltou a ficar sob pressão devido ao amplo fortalecimento do dólar norte-americano. Na semana passada, a libra tentou romper a região de 1,34, impulsionada pelos resultados da reunião de maio do Banco da Inglaterra e pelo anúncio de um acordo comercial entre Washington e Londres. No entanto, essa tentativa fracassou — após atingir a máxima de 1,3401, o par recuou para a faixa entre 1,3230 e 1,3320, entrando em um movimento lateral.

Hoje, uma nova notícia reforçou a posição do dólar no mercado: Estados Unidos e China anunciaram uma trégua comercial de três meses. Como parte do acordo, a China reduzirá suas tarifas de 125% para 10%, enquanto os EUA diminuirão as suas de 145% para 30%. Esse desenvolvimento impulsionou significativamente o dólar em todos os pares principais.

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No entanto, mesmo sem uma trégua entre EUA e China, outros fatores continuam pesando sobre a libra. Os fundamentos aparentemente positivos para a moeda britânica mostraram fragilidades, impedindo os compradores de GBP/USD de sustentarem uma tendência de alta consistente. Por exemplo, embora o mercado tenha inicialmente reagido de forma otimista à notícia de um acordo comercial entre EUA e Reino Unido, logo ficou evidente que o acordo ainda não foi formalmente assinado — os detalhes seguem em discussão e devem levar semanas para serem finalizados. Além disso, foi revelado que os EUA não pretendem reduzir as tarifas sobre produtos britânicos abaixo de 10%. Washington afirmou estar disposto a diminuir as tarifas sobre exportações de automóveis do Reino Unido — mas apenas para 10%, em comparação aos atuais 27%.

Ou seja, os traders se entusiasmaram com uma apresentação promissora, mas se decepcionaram com o conteúdo real de um acordo ainda inconcluso, baseado apenas em entendimentos preliminares.

Essa frustração ajuda a explicar por que os compradores de GBP/USD não conseguiram manter o par acima da meta de 1,3400. O Banco da Inglaterra também contribuiu para a incerteza ao emitir sinais mistos ao anunciar um corte de juros com tom "hawkish". Por um lado, o BoE reduziu a taxa em 25 pontos-base; por outro, deixou claro que não pretende acelerar o afrouxamento monetário. Em resposta à pergunta de um jornalista, o presidente do BoE, Andrew Bailey, afirmou que as taxas de juros não são definidas "no piloto automático". Além disso, a projeção de crescimento do PIB para este ano foi revisada para cima — de 0,75% (estimativa de fevereiro) para 1,0%.

Esse cenário torna as próximas divulgações econômicas particularmente relevantes para o par GBP/USD. Se os dados indicarem resiliência da economia britânica, a libra poderá encontrar suporte diante do enfraquecimento do viés dovish. Por outro lado, indicadores macroeconômicos fracos tenderão a aumentar a pressão sobre a moeda.

Amanhã, 13 de maio, serão divulgados os principais dados do mercado de trabalho do Reino Unido. Segundo as previsões preliminares, a taxa de desemprego deve subir para 4,5%. Ela permaneceu em 4,4% nos últimos quatro meses, e mesmo um leve aumento pode pressionar a libra. Além disso, o número de pedidos de auxílio-desemprego — outro componente importante do relatório — também pode pesar sobre a moeda. Esse número vem crescendo de forma consistente nos últimos três meses (2,8 mil em janeiro, 16,5 mil em fevereiro e quase 19 mil em março). Para abril, os analistas projetam uma nova alta, para 22,3 mil, o que pode sinalizar uma tendência negativa. Paralelamente, espera-se que o crescimento salarial desacelere de 5,6% para 5,2%.

Se todos os componentes do relatório ficarem em linha com as expectativas ou abaixo delas — especialmente se entrarem na chamada "zona vermelha" — isso indicaria um esfriamento do mercado de trabalho britânico e provavelmente aumentaria o sentimento dovish entre os traders. Esse cenário exerceria pressão adicional sobre a libra esterlina.

No entanto, a divulgação mais importante da semana para a libra ocorrerá na quinta-feira, 15 de maio, quando serão publicados os dados de crescimento do PIB referentes a março. As projeções indicam que a economia britânica terá registrado crescimento zero, após um aumento modesto de 0,5% em fevereiro. Também serão divulgados os dados do PIB trimestral. Nesse caso, espera-se uma expansão de 0,6% no primeiro trimestre de 2025 (após um crescimento de 0,1% no quarto trimestre de 2024) e, na comparação anual, a expectativa é de alta de 1,6%, ligeiramente acima dos 1,5% anteriores.

Mais uma vez, a reação do mercado dependerá do "tom" geral da divulgação, especialmente dos dados trimestrais. Se tanto os dados do mercado de trabalho quanto os do PIB decepcionarem, os vendedores de GBP/USD poderão ganhar força e dar início a uma queda sustentada em direção à zona de 1,30 — especialmente em um contexto de fortalecimento do dólar. Por outro lado, se os dados superarem as expectativas, os compradores poderão promover uma correção significativa em direção à área de 1,32, sobretudo após a dissipação da euforia inicial em torno da trégua comercial entre EUA e China. Afinal, uma trégua de 90 dias não encerra a guerra comercial, e as negociações ainda podem ter sucesso ou fracassar. Assim, embora as manchetes geopolíticas possam momentaneamente ofuscar esses indicadores macroeconômicos, eles continuam sendo relevantes e, se vierem na "zona verde", podem ter um impacto substancial.

Atualmente, porém, o par GBP/USD está fortemente influenciado pelo dólar, que tem sido o principal beneficiário do cenário global. Os vendedores agora testam o nível de suporte em 1,3270 (linha inferior das Bandas de Bollinger no gráfico diário). Se os ursos romperem esse nível, o próximo alvo de baixa será 1,3070 (linha Kijun-sen no mesmo período).

Irina Manzenko,
Analytical expert of InstaTrade
© 2007-2025

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