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Na segunda-feira, os Estados Unidos anunciaram "avanços significativos" nas negociações comerciais com a China, após uma reunião de dois dias realizada na Suíça no fim de semana. Os mercados reagiram positivamente à notícia, com alta na abertura dos futuros dos índices acionários e queda nos preços do ouro.
A perspectiva de um possível fim para a guerra comercial entre Washington e Pequim é claramente favorável aos mercados. À medida que as duas maiores economias do mundo avançam em direção a um novo acordo, espera-se uma redução significativa nas tensões econômicas globais, que vinham ameaçando provocar uma forte desaceleração. Nesse contexto, pouco importa quem "superou" quem — Trump ou Xi. O que realmente conta é que o simples avanço rumo ao encerramento, mesmo que parcial, desse conflito já representa um sinal positivo. Em minha visão, isso pode desencadear uma expressiva valorização das ações e uma queda adicional no ouro, que vinha sendo procurado como ativo de refúgio.
Se Estados Unidos e China estão caminhando para resolver suas disputas comerciais, trata-se de um sinal de alta para os mercados acionários, que podem em breve retestar as máximas de fevereiro.
O dólar norte-americano, por sua vez, segue sustentado acima da marca de 100,00 no índice ICE. O principal fator por trás dessa força é a postura cautelosa do Federal Reserve, delineada na semana passada por Jerome Powell. O Fed optou por não tomar decisões precipitadas sobre juros, aguardando sinais mais claros da economia. Essa abordagem, somada à possibilidade de uma "trégua comercial", afasta por ora o risco de recessão nos EUA — um dos principais motivos que vinham pressionando o dólar.
Ao mesmo tempo, a inflação segue desacelerando na zona do euro, no Reino Unido e em outras economias desenvolvidas — com exceção do Japão, onde há expectativa de alta nas taxas de juros. Isso pode forçar os bancos centrais locais a manter o afrouxamento monetário, o que tende a pressionar temporariamente o euro, a libra esterlina e outras moedas frente ao dólar.
Esta semana, serão divulgados os dados do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) nos EUA. A expectativa é de alta tanto no índice cheio quanto no núcleo, em termos mensais, com manutenção do ritmo anual. Caso isso se confirme, pode haver uma correção pontual no dólar — embora provavelmente de impacto limitado —, já que não se espera uma reação imediata do Fed. A autoridade monetária deve aguardar uma queda mais clara da inflação em direção à meta de 2% antes de considerar cortes adicionais nos juros.
As notícias sobre as negociações EUA-China devem continuar sustentando a demanda por ações. O ouro pode seguir em queda, com suporte próximo a US$ 3.210,00. O dólar tende a manter um viés de alta moderada. Já as criptomoedas podem sofrer pressão, à medida que investidores realocam recursos para o mercado acionário. No geral, o início da semana deverá ser marcado por um otimismo moderado, impulsionado pelo retorno do bom senso geopolítico.
Os contratos futuros do SP 500 começaram a ser negociados com um gap de alta, impulsionados pelas notícias sobre o avanço nas negociações comerciais entre os EUA e a China. É provável que o movimento de alta continue em direção às regiões de 5.873,00 e 5.983,00, impulsionado pelo aumento da demanda por ativos de risco. Essa tendência pode ganhar força adicional com o rompimento da resistência em 5.786,00. Um ponto técnico interessante para entrada compradora está em torno de 5.750,57.
Os preços do ouro estão em queda, pressionados pela valorização do dólar e pelo otimismo decorrente do progresso nas negociações entre Washington e Pequim. Nesse cenário, é possível projetar uma nova retração em direção à região de 3.210,00. A tendência de baixa pode se intensificar caso o suporte em 3.262,00 seja rompido. Um nível potencial de entrada em venda pode ser observado próximo a 3.271,00.