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Enquanto o euro tenta recuperar suas máximas mensais após uma correção bastante significativa observada nesta semana, uma pesquisa com vários economistas mostra que o Banco Central Europeu deverá cortar as taxas de juros mais duas vezes em breve - e muito antes do que muitos preveem.
O relatório publicado sugere que o BCE não deve esperar muito tempo entre os sucessivos movimentos; caso contrário, os investidores podem concluir que a campanha de flexibilização já terminou, levando-os a revisar rapidamente seus portfólios.
Os entrevistados preveem um corte de 0,25 ponto percentual em 5 de junho e outro na reunião de setembro, quando novas projeções trimestrais deverão lançar mais luz sobre as consequências da reestruturação do comércio global promovida pelo presidente dos EUA, Donald Trump. Isso reduziria a taxa de depósito para 1,75%, onde, segundo a pesquisa, deve permanecer estável até o final de 2026.
Essa perspectiva, embora antecipada por muitos participantes do mercado, ainda gera algumas preocupações. Taxas de juros mais baixas indubitavelmente estimulam a atividade econômica na zona do euro, tornando o crédito mais acessível para empresas e consumidores. No entanto, existe o risco de que taxas excessivamente baixas possam levar à formação de bolhas financeiras e a um crescimento inflacionário injustificado — especialmente considerando as guerras comerciais de Trump, já que a incerteza geopolítica associada à política comercial dos EUA tem impacto significativo nas previsões de crescimento econômico. A instabilidade no comércio global pode desacelerar o ritmo de crescimento, reduzir os investimentos e aumentar a volatilidade dos mercados financeiros. Em tais condições, cautela e flexibilidade na tomada de decisões tornam-se fatores chave para o sucesso dos bancos centrais.
Pular uma ou mais reuniões antes de retomar os cortes de juros poderia gerar problemas de comunicação com a presidente Christine Lagarde, problemas esses que tenderiam a se agravar com o tempo. Quase 30% dos economistas acreditam que o BCE poderá realizar mais um corte antes que o mercado conclua que as taxas atingiram o piso. Um quarto dos entrevistados acha que o banco poderia se permitir uma pausa estendida por duas reuniões.
Está claro que o BCE teme confundir os investidores e, por isso, agirá com cautela e consistência. A ata da última reunião mostrou que as autoridades veem a necessidade de ser um farol de estabilidade e evitar provocar novas surpresas em um ambiente já instável, o que poderia agravar a turbulência nos mercados. Um euro mais forte, petróleo mais barato e crescimento econômico mais fraco — todas consequências da incerteza comercial — indicam que a inflação poderia atingir a meta do BCE antes do esperado. No entanto, riscos como interrupções nas cadeias de suprimentos e tarifas retaliatórias da União Europeia podem reavivar as pressões inflacionárias no futuro.
Economistas preveem que a nova projeção do Banco Central Europeu (BCE), a ser divulgada na próxima semana, confirmará em grande parte a apresentada em março — com expectativa de inflação mais fraca em 2025 e crescimento mais lento em 2026. No entanto, também alertam que essas projeções podem não refletir completamente o possível impacto do caos comercial que a zona do euro pode enfrentar.
No atual panorama técnico, os compradores do EUR/USD precisam focar na recuperação do nível de 1,1340. Apenas a partir desse ponto seria possível buscar um teste em 1,1375. Um avanço sustentado além dessa resistência abriria caminho para uma tentativa de alta até 1,1420, embora isso dependa fortemente do apoio dos grandes players de mercado. O objetivo de longo prazo permanece na máxima de 1,1450.
Em caso de correção, espera-se atividade compradora significativa na região de 1,1300. Caso esse suporte não se sustente, o foco deverá se voltar para um possível reteste da mínima em 1,1260 ou, em um cenário mais conservador, oportunidades de compra a partir de 1,1221.
No par GBP/USD, os compradores precisam romper a resistência imediata em 1,3495 para manter a tendência de alta. O rompimento bem-sucedido desse nível permitiria mirar 1,3540, resistência-chave que pode oferecer considerável dificuldade. A meta final, nesse movimento, seria o nível de 1,3585.
Por outro lado, em caso de recuo, os vendedores tentarão retomar o controle em 1,3465. Se conseguirem um rompimento consistente abaixo desse patamar, isso representaria um golpe técnico importante para os compradores e poderia empurrar o par em direção à mínima de 1,3435, com possibilidade de extensão até 1,3410.