Apesar da correção em curso, o sentimento dos investidores em relação à compra de ativos de criptomoedas permanece positivo, como indicado pelo chamado Índice de Medo e Ganância (Fear & Greed Index), que, como já observamos, continua na zona de "Ganância".

Os riscos fundamentais — como a incerteza política, o aumento da dívida e a instabilidade nos rendimentos — ainda exercem influência sobre o sentimento do mercado.

Enquanto isso, o mercado de criptomoedas enfrenta uma correção. O preço do Bitcoin caiu hoje para US$ 104.500, seu nível mais baixo desde 20 de maio. Esse valor representa uma queda de quase 14% em relação ao recorde histórico de cerca de US$ 119.000, atingido na semana passada.

A capitalização total do mercado de criptomoedas caiu para $3,285 trilhões hoje - uma queda de 0,29% em relação ao dia anterior. A capitalização de mercado de altcoin, excluindo Bitcoin e Ethereum, está atualmente em $254,25 bilhões.

No entanto, o Índice de Medo e Ganância, embora tenha caído de 74 para 60 de um total de 100, continua na zona de Ganância. Os participantes do mercado reduziram ligeiramente seu apetite por compras de criptomoedas, enquanto algumas das principais altcoins passaram para uma zona de baixa de médio prazo.

Economistas e analistas de criptoativos atribuem a dinâmica atual dos preços a diversos fatores. Além da realização de lucros após o forte rali da semana passada, o movimento também reflete expectativas mais moderadas quanto à possibilidade de cortes agressivos de juros por parte do Federal Reserve.

As criptomoedas, assim como as ações, são consideradas ativos de alto risco. Em determinados momentos, a correlação entre o Bitcoin (BTC) e o índice S&P 500 ultrapassou 80% — apesar de o Bitcoin ser um único ativo digital, enquanto o S&P 500 representa as 500 maiores empresas dos EUA em valor de mercado. Frequentemente, o BTC se move na mesma direção que o S&P 500, porém com maior volatilidade.

Em um cenário de política monetária mais restritiva por parte do Federal Reserve e de aumento das taxas de juros, o dólar americano tende a se fortalecer, enquanto os mercados acionários geralmente passam por correções mais acentuadas.

Como se sabe, a ata da última reunião do Fed foi divulgada na quarta-feira. O documento referente à reunião de maio do FOMC destacou que a maioria dos participantes está preocupada com a persistência da inflação, combinada com sinais de possível desaceleração no mercado de trabalho. Essa combinação aponta para o risco de estagflação e reforça a postura cautelosa atualmente adotada pelo banco central.

Pontos principais:

* O Federal Reserve manteve as taxas de juros inalteradas em 4,25%.

* A declaração observou "escolhas difíceis" entre o controle da inflação e do emprego.

* O Comitê continua cauteloso, aguardando dados mais claros sobre o impacto econômico das tarifas.

Isso aumenta a probabilidade de que as taxas de juros permaneçam elevadas, fortalecendo o dólar americano e exercendo pressão de baixa sobre as ações dos EUA — e, por extensão, sobre os criptoativos.

Os investidores agora projetam apenas um ou dois cortes de juros pelo Fed até o final do ano. Esse cenário continua desfavorável para as criptomoedas.

Ainda assim, o sentimento geral permanece positivo em relação às compras de criptoativos, como demonstra o Índice de Medo & Ganância, que continua na zona de "Ganância", conforme mencionamos anteriormente.

Caso o Índice de Preços de Despesas de Consumo Pessoal (PCE), a ser divulgado hoje, decepcione os compradores do dólar, poderemos observar a continuidade da tendência de queda do índice do dólar (USDX) iniciada no início deste ano — sinalizando uma fraqueza adicional da moeda americana, em linha com nossa análise fundamentalista apresentada na perspectiva "Dólar: Pronto para Mergulhar."

O sentimento no mercado de criptomoedas permanece otimista, e a próxima semana pode marcar a retomada do crescimento dos principais ativos digitais — desde que os dados macroeconômicos dos EUA a serem divulgados venham fracos e pressionem ainda mais o dólar.