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O padrão de ondas no gráfico de 4 horas do EUR/USD se transformou em uma estrutura ascendente — e continua assim. Não há dúvida de que essa mudança ocorreu exclusivamente em decorrência da nova política comercial dos EUA. Até 28 de fevereiro, quando teve início a forte desvalorização do dólar americano, a estrutura das ondas indicava claramente um segmento de tendência de baixa, com a formação da onda corretiva 2. No entanto, os anúncios semanais de Donald Trump sobre novas tarifas acabaram impactando o mercado. A demanda pelo dólar começou a cair acentuadamente, e agora todo o segmento de tendência iniciado em 13 de janeiro assumiu uma configuração impulsiva de alta.
Atualmente, a onda 2 dentro da onda 3 provavelmente foi concluída. Se essa suposição estiver correta, é de se esperar que o movimento ascendente continue nas próximas semanas e meses. O dólar americano, por sua vez, deve permanecer sob pressão, a menos que Donald Trump reverta completamente sua política comercial — algo altamente improvável, como demonstraram os eventos recentes. No cenário atual, não há fundamentos sólidos para esperar uma recuperação consistente do dólar.
A taxa de câmbio EUR/USD recuou 55 pontos-base na terça-feira. Pela primeira vez em muito tempo, o mercado reagiu a um fator baixista para o euro e, ao menos em parte, precificou esse movimento. Na manhã de hoje, foi divulgado o relatório preliminar de inflação de maio da zona do euro. A expectativa era de que o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) desacelerasse para 2%, mas, na prática, o avanço dos preços caiu para 1,9% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Vale lembrar que o Banco Central Europeu já realizou oito rodadas de flexibilização da política monetária, e mesmo assim a inflação segue em trajetória de queda. Em breve, o BCE poderá se deparar novamente com o problema de uma inflação excessivamente baixa — um desafio que enfrentou por uma década antes da pandemia de COVID-19. Diante disso, resta ao BCE uma única opção: continuar reduzindo as taxas.
Essa foi a conclusão à qual muitos participantes do mercado chegaram hoje, mas dois pontos merecem destaque. Primeiro, a queda na demanda por euro foi modesta e não gerou impacto relevante. O segmento ascendente da tendência segue em formação e tem boas chances de continuar, especialmente porque as políticas tarifárias de Trump seguem sendo a principal preocupação dos mercados. Em segundo lugar, até agora, o mercado vinha ignorando tanto os dados de inflação da zona do euro quanto as decisões do BCE. É bastante possível que o movimento observado hoje tenha apenas coincidido com a divulgação do relatório de inflação, sem relação direta com a queda do euro. Assim, o fortalecimento do dólar americano pode ser passageiro.
Com base na análise do EUR/USD, concluo que o par segue formando um segmento de tendência ascendente. No curto prazo, o padrão de ondas dependerá inteiramente do cenário de notícias, especialmente das decisões de Trump e da política externa dos EUA. A Onda 3 da tendência de alta já teve início, e seus objetivos podem se estender até a região de 1,2500. Assim, considero oportunidades de compra com alvos acima de 1,1572, correspondente a 423,6% na escala de Fibonacci. É importante lembrar que uma possível trégua na guerra comercial poderia reverter essa tendência de alta, mas, até o momento, não há sinais de arrefecimento nem de reversão.
Em uma escala de ondas mais ampla, a estrutura também se transformou em uma tendência de alta. Uma sequência de ondas de valorização no longo prazo é plausível, embora o fluxo de notícias — especialmente vindo de Donald Trump — ainda possa inverter completamente o cenário.