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A variação líquida do emprego em maio foi de +8,8 mil postos de trabalho, superando o crescimento registrado em abril e apresentando dados muito sólidos, especialmente em comparação com as expectativas — previa-se uma perda de cerca de 15 mil postos. Esse aumento ocorreu apesar de uma queda prevista de 32,2 mil empregos na administração pública. Excluindo esse setor, o crescimento líquido foi de 41 mil postos, um número expressivo para um país com população relativamente pequena.
Vale destacar também que todo o crescimento veio do emprego em tempo integral (+57,7 mil), enquanto o número de empregos em tempo parcial caiu 48,8 mil. A maior parte do aumento concentrou-se no setor de serviços, e os salários registraram alta acentuada, com crescimento mensal de 6,9% — o mais forte desde outubro.
O Banco do Canadá realizou sua última reunião de política monetária dois dias antes da divulgação do relatório de emprego, mantendo a taxa de juros inalterada em 2,75%, conforme esperado. O tom adotado pelo banco central foi cauteloso e comedido — o que não surpreende, dada a incerteza no cenário global. Durante seu discurso de abertura, o presidente do BoC, Tiff Macklem, afirmou que o Conselho Administrativo havia considerado a possibilidade de novos cortes nas taxas, caso a economia enfraquecesse e as pressões sobre os preços diminuíssem. No entanto, ele ressaltou que isso não deveria ser interpretado como uma orientação futura, mas apenas como parte das discussões realizadas.
Considerando os últimos dados macroeconômicos, é possível afirmar que a probabilidade de um corte na taxa em julho diminuiu, em vez de aumentar. O índice de inflação básica subiu em abril, e há pouca expectativa de desaceleração em maio, uma vez que o setor de serviços mostra recuperação expressiva, acompanhada por forte crescimento salarial.
Por ora, a economia canadense apresenta menos sinais de necessidade de afrouxamento monetário, o que dá ao Banco do Canadá argumentos para manter a pausa — especialmente se a inflação voltar a acelerar. Esse cenário sugere que o dólar canadense mantém uma base sólida para um fortalecimento adicional.
Embora tenha havido uma reversão na redução das posições vendidas em CAD frente ao dólar americano, o par USD/CAD não tem respondido a essa mudança de posicionamento — o dólar americano continua sob pressão, e o preço estimado voltou a cair.
Perspectiva técnica
Na análise anterior, foi destacado que uma quebra abaixo da zona de suporte entre 1,3690 e 1,3710 poderia sinalizar um sentimento baixista crescente, colocando em risco a tendência de alta de longo prazo em vigor desde 2021.
O dólar canadense (CAD) caiu abaixo dessa faixa e agora tenta se consolidar abaixo dela. A ausência de uma recuperação corretiva pode fortalecer ainda mais o momentum de baixa, com o próximo suporte relevante situado entre 1,3410 e 1,3430. Do ponto de vista fundamental, o Canadá parece estar em melhor posição atualmente, com indicadores econômicos básicos estáveis — em contraste com a situação nos Estados Unidos.