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De acordo com o membro do Conselho do BCE, François Villeroy de Galhau, o Banco Central Europeu precisa avaliar as flutuações nos preços do petróleo e do euro ao definir os custos dos empréstimos.
Embora o BCE não tenha como meta uma taxa de câmbio específica, a moeda única tem mostrado uma força surpreendente em relação ao dólar desde que o presidente Donald Trump iniciou sua campanha tarifária. Enquanto isso, os preços da energia subiram após os ataques de Israel ao Irã.
Esses eventos, que à primeira vista parecem não estar relacionados, estão, na verdade, interligados na complexa rede da economia global, onde cada ação desencadeia uma reação em cadeia. A valorização do euro — possivelmente impulsionada por uma reavaliação dos riscos associados à política comercial dos EUA — torna os produtos europeus relativamente mais caros para os consumidores americanos, o que pode reduzir as exportações europeias. Por outro lado, isso pode levar as empresas europeias a buscar maior eficiência e inovação para se manterem competitivas.
O aumento dos preços da energia, impulsionado pela instabilidade geopolítica no Oriente Médio, tem impacto direto sobre a inflação global. Custos mais altos do petróleo afetam transporte, manufatura e diversos outros setores, ampliando a pressão sobre os bancos centrais para que adotem políticas monetárias mais restritivas.
Os efeitos combinados desses fatores sobre a economia global são multifacetados. Por um lado, um euro mais forte pode favorecer as importações europeias e impulsionar a demanda interna. Por outro, os preços elevados da energia podem prejudicar o consumo das famílias e desacelerar o crescimento econômico.
"Quanto ao petróleo, estamos vendo mudanças — vimos entre ontem e hoje, e veremos amanhã", disse Villeroy. "A taxa de câmbio do euro atua contra a inflação. Precisamos incorporar essa análise da taxa de câmbio em nossa decisão de política monetária."
Os membros do BCE estão, cada vez mais, sinalizando que se sentem confortáveis em manter as taxas de juros no nível atual de 2%, pelo menos por enquanto. A maioria acredita que a inflação está amplamente sob controle, enquanto aguarda o desfecho das negociações comerciais entre Europa e Estados Unidos. A expectativa é de que o BCE adie qualquer decisão em sua reunião de julho. Alguns formuladores de política, inclusive, já sugerem que o ciclo de flexibilização pode ter chegado ao fim.
Perspectiva para o EUR/USD
No momento, os compradores do EUR/USD precisam superar o nível de 1,1540. Só então o par poderá testar 1,1580, e, a partir daí, há possibilidade de avanço até 1,1630 — embora isso possa ser difícil sem o apoio de grandes players. O alvo mais distante permanece na máxima de 1,1700.
Em caso de queda, espero um interesse mais significativo dos compradores apenas na região de 1,1500. Se não houver demanda nesse nível, o mais prudente será aguardar um novo teste da mínima em 1,1455 ou buscar oportunidades de compra em torno de 1,1405.
Perspectiva para o GBP/USD
Os compradores da libra precisam superar a resistência mais próxima em 1,3475. Só então será possível um movimento em direção a 1,3505, embora ultrapassar esse nível ainda seja um desafio considerável. O alvo mais distante está em 1,3533.
Em caso de queda, os vendedores tentarão retomar o controle na região de 1,3430. Se forem bem-sucedidos, uma quebra abaixo desse nível representará um duro golpe para as posições compradas, empurrando o GBP/USD para a mínima de 1,3390, com potencial de queda adicional até 1,3343.