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Nem a história da DeepSeek chinesa, nem as tarifas impostas pela Casa Branca, nem mesmo o conflito entre Israel e Irã conseguiram conter o avanço vitorioso dos índices acionários dos EUA. O Nasdaq 100 já renovou seus recordes históricos em meio a um novo surto de entusiasmo pelas tecnologias de inteligência artificial. O S&P 500 está agora a um passo de suas máximas históricas. O mercado de ações segue superando desafios e mirando cada vez mais alto.
A redução das tensões no Oriente Médio tornou-se mais um fator de estímulo para a compra do índice de mercado amplo. Os ataques retaliatórios do Irã a bases militares dos EUA foram majoritariamente simbólicos, e Donald Trump conseguiu silenciar temporariamente Jerusalém e Teerã. A guerra de doze dias abalou os mercados financeiros, mas, como se previa, o conflito geopolítico teve vida curta. Os preços do petróleo retornaram aos níveis anteriores, e os investidores que compraram o S&P 500 durante a queda agora colhem os lucros.
O medo deu lugar à ganância, como indica a queda no índice de volatilidade VIX.
Os investidores estão confiantes de que o cessar-fogo levará gradualmente a uma resolução completa do conflito e começam a direcionar sua atenção para outros temas: a situação da economia dos Estados Unidos, a política monetária da Reserva Federal, os lucros corporativos, as tecnologias de inteligência artificial e as guerras comerciais.
Enquanto a economia norte-americana permanecer forte, a inflação continuar desacelerando e os especialistas de Wall Street projetarem um aumento de 2,8% no lucro por ação das empresas do S&P 500 no segundo trimestre, o índice amplo pode encarar o futuro com otimismo. Isso é ainda mais relevante considerando que Jerome Powell não descartou um corte na taxa dos fundos federais mais cedo do que o esperado — desde que a inflação continue a ceder e o mercado de trabalho congele.
Aos poucos, o foco dos investidores está voltando para as guerras comerciais. As tensões aumentam à medida que se aproxima o fim do prazo de 90 dias para o adiamento das tarifas pela Casa Branca. Os EUA não conseguiram chegar a um acordo com a União Europeia, que já prepara medidas retaliatórias no valor de US$ 116 bilhões, caso as tarifas sobre as importações americanas subam para os 50% anunciados anteriormente por Trump.
As tarifas em larga escala anunciadas no Dia da Independência dos Estados Unidos já provocaram uma queda no S&P 500. Será que, desta vez, o desfecho será diferente? O índice de ações parece contar com o apoio do presidente e de sua equipe. A retórica do governo americano costuma ter mais impacto sobre o mercado acionário do que a divulgação de dados macroeconômicos.
Na minha opinião, os traders se adaptaram a comprar o S&P 500 em quedas. Mesmo que a Casa Branca intensifique as guerras comerciais, é improvável que o índice geral do mercado caia de forma significativa.
Tecnicamente, no gráfico diário, os otimistas deram mais um passo para restaurar a tendência de alta no S&P 500. A alta histórica está ao alcance e há cada vez menos dúvidas de que será superada. As posições de compra abertas anteriormente devem ser mantidas. As metas estão definidas em 6200 e 6400.