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Parece que os céus estão alinhados com os desejos de Donald Trump. Os avanços do presidente dos Estados Unidos no Oriente Médio levaram a uma nova percepção sobre as políticas adotadas por sua administração — que, ao que tudo indica, estão sendo eficazes. De fato, o líder republicano reage de forma bastante sensível aos ralis do mercado acionário, e a aproximação do S&P 500 das máximas históricas certamente o agrada. Scott Bessent já havia mencionado repetidamente os baixos rendimentos no mercado de títulos, os preços reduzidos do petróleo e um dólar enfraquecido. Tudo isso está se concretizando!
É preciso dar crédito ao ocupante da Casa Branca por ter descoberto a cura para todos os problemas: as redes sociais! Seria de se esperar que as tarifas mais altas dos EUA desde o século XIX, as guerras comerciais, a política monetária restritiva do Federal Reserve, os temores de inflação, a concorrência dos mercados europeu e asiático e as tensões geopolíticas criassem barreiras intransponíveis para o movimento ascendente do S&P 500. No entanto, Trump consegue encontrar as palavras certas para acalmar os investidores e incentivá-los a comprar ações americanas.
Muitos estão preocupados com os fundamentos supervalorizados do S&P 500. O índice é negociado a 22 vezes os lucros futuros — 35% acima de sua média histórica. Segundo a Bloomberg, os lucros das empresas precisariam crescer 30% para que o índice retornasse a essa média. Isso poderia ser impulsionado por uma economia forte ou por uma flexibilização monetária agressiva por parte do Fed.
Trump está pressionando em ambas as frentes. Seu projeto de corte de impostos, descrito como "grande e bonito", está em tramitação no Congresso. As tarifas aumentam a receita federal, e a pressão sobre Jerome Powell faz parte de um plano mais amplo para reduzir a taxa básica de juros. Segundo o presidente, a taxa deveria ser cortada entre 200 e 250 pontos-base. Na opinião de Trump, o atual presidente do Fed está tendo um desempenho fraco, e um substituto pode ser nomeado já neste outono.
A nomeação de um "presidente sombra" para o Fed reforçou as especulações de que um novo ciclo de afrouxamento monetário pode começar antes do previsto. Os derivativos já precificam um corte de 66 pontos-base nas taxas em 2025, pressionando o dólar americano e impulsionando o S&P 500.
O Goldman Sachs observa que a correlação inversa entre o dólar e o índice de ações ressurgiu devido ao conflito armado no Oriente Médio. Segundo o banco, isso ocorre porque o epicentro do pânico global, neste momento, não está nos Estados Unidos, mas em outra região.
Tecnicamente, no gráfico diário, o S&P 500 apresenta uma leve retração após atingir uma nova máxima local. Teoricamente, um padrão de reversão conhecido como "Três Índios" poderia se formar, o que exigiria uma quebra abaixo dos níveis de suporte em 6.060 e 6.000. Enquanto o índice permanecer acima do primeiro nível, a estratégia principal continua sendo a de compra.