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Ontem, o índice tecnológico NASDAQ fechou o dia em território positivo, em grande parte graças à recuperação das ações da Nvidia Corp., que atingiram um recorde histórico. A principal produtora de chips de IA e semicondutores continuou sua trajetória ascendente, recuperando o primeiro lugar como a empresa mais valiosa do mundo.
As ações da Nvidia subiram 4,3%, para US$ 154,31, superando a máxima histórica registrada em janeiro deste ano. Esse novo recorde representa mais um marco para uma empresa que já se valorizou 63% desde a mínima de abril — um rali que adicionou cerca de US$ 1,5 trilhão à sua capitalização de mercado. Com esse último avanço, a Nvidia tornou-se a empresa mais valiosa do mundo em valor de mercado, alcançando aproximadamente US$ 3,77 trilhões e ultrapassando a Microsoft Corp., avaliada em US$ 3,66 trilhões.
O mais recente relatório de resultados da Nvidia funcionou como um importante catalisador para os compradores, ao demonstrar crescimento contínuo e sinalizar força sustentada, apesar do impacto das restrições comerciais e tarifas impostas por Donald Trump, que afetam as vendas de semicondutores avançados para a China.
A disparada das ações é fruto de vários meses de forte expansão, impulsionada por uma demanda insaciável por tecnologias de ponta que sustentam o desenvolvimento da inteligência artificial. Investidores que buscam se posicionar nesse setor em rápida ascensão veem a Nvidia como um ator-chave, com potencial para moldar o futuro da IA. Ao mesmo tempo, analistas ressaltam que o sucesso da empresa não é obra do acaso: a Nvidia passou anos investindo pesadamente em pesquisa e desenvolvimento, pavimentando o caminho para a liderança que exerce atualmente. Sua arquitetura de GPUs tornou-se o padrão de fato para machine learning e deep learning, sendo essencial para uma ampla gama de empresas — de startups a gigantes da tecnologia.
Durante a assembleia de acionistas realizada na quarta-feira, o CEO Jensen Huang tranquilizou os investidores, afirmando que a demanda continua forte. Ele reiterou sua visão de que o setor de computação está apenas no início de uma grande transformação estrutural impulsionada pela IA.
Pouco conhecida há alguns anos, a Nvidia tornou-se hoje um nome familiar e, sem dúvida, a ação mais emblemática de Wall Street, incorporando tudo o que está relacionado à inteligência artificial. A alta de 15% em suas ações neste ano segue-se a uma valorização de 170% em 2024, que, por sua vez, veio após um salto de quase 240% em 2023.
Mesmo após um crescimento tão expressivo, a empresa continua atraente aos olhos dos investidores. A Nvidia está sendo negociada a 31,5 vezes seus lucros projetados para os próximos 12 meses — abaixo de sua média de 10 anos e não muito distante do múltiplo de 27 do Nasdaq 100. O índice PEG da ação — uma métrica que relaciona preço com crescimento — está em cerca de 0,9, o mais baixo entre os "Sete Magníficos". Essa combinação de alto crescimento com uma avaliação ainda razoável é uma das principais razões pelas quais Wall Street mantém uma visão otimista sobre as perspectivas da empresa. Muitos analistas de grandes instituições continuam recomendando a compra, já que as ações estão sendo negociadas cerca de 12% abaixo do preço-alvo médio — sinalizando a expectativa de continuidade do movimento de alta.
Segundo o Bank of America, 74% dos fundos de longo prazo detêm ações da Nvidia, colocando-a atrás apenas de Amazon, Apple e Microsoft, que lideram com 91%.