O principal evento de ontem esteve amplamente alinhado com nossas previsões — mais especificamente, ocorreu o esperado "ajuste numérico". Mas foi feito de maneira sutil, apenas o suficiente para interromper o avanço das moedas contra o dólar. A previsão inicial da Reuters para o relatório de emprego não agrícola (Nonfarm Payrolls- NFP) era de 120 mil vagas, mas no dia da divulgação foi revisada para baixo, para 111 mil, o que fez com que o número publicado — 147 mil novos postos de trabalho — parecesse mais expressivo. O dado de maio também foi revisado para cima, em 5 mil vagas. Por fim, considerando os dados anteriores bastante fracos — como os pedidos iniciais de auxílio-desemprego, as taxas de demissão, os índices de emprego do ISM e outros —, a expectativa empírica girava em torno de 90 mil vagas criadas.

Os volumes de negociação durante a última onda de alta do euro, no final de junho, estavam abaixo da média e diminuíam a cada dia. Ontem registrou-se o menor volume diário. Mesmo levando em conta o dia de negociação reduzido nos EUA, a tendência é clara. Por isso, não foi necessário nenhum tipo de manipulação significativa dos dados de emprego — o objetivo foi alcançado: conter o avanço das moedas anti-dólar antes dos principais eventos políticos da próxima semana. Inclusive, na conferência do Banco Central Europeu em Sintra, realizada no início desta semana, já se mencionavam os riscos associados a uma rápida valorização do euro.

Hoje é feriado nos EUA, portanto, não esperamos movimentos fortes no mercado.

Para confirmar o cenário descrito, o preço precisa romper o suporte da linha MACD no gráfico diário, próximo a 1,1673. Caso isso ocorra, os alvos seguintes serão 1,1535 e 1,1420.

No gráfico de quatro horas, a zona de suporte é definida como 1,1673–1,1726, formada pelas linhas MACD de dois períodos gráficos. Aguardamos novos desenvolvimentos a partir da próxima semana.