Na quinta-feira, o par EUR/USD continuou sua queda em direção ao nível 1,1645, enquanto o nível corretivo de Fibonacci de 127,2% em 1,1712 foi amplamente ignorado pelos traders. Uma recuperação a partir de 1,1645 beneficiaria o euro e poderia levar a uma alta moderada em direção a 1,1712. Um fechamento sólido abaixo de 1,1645 aumentaria a probabilidade de uma queda adicional em direção ao próximo nível de Fibonacci em 100,0% – 1,1574.

O padrão de ondas no gráfico horário continua simples e claro. A última onda de alta superou o topo anterior, enquanto a atual onda de baixa não chegou a se aproximar da mínima anterior. Isso reforça a leitura de que a tendência permanece de alta. A ausência de avanços nas negociações comerciais dos EUA, a baixa probabilidade de acordos com a maioria dos países e a imposição de novas tarifas seguem desenhando um cenário desfavorável para os ursos (vendedores).

Nesta semana, o noticiário girou quase exclusivamente em torno das novas tarifas anunciadas ou planejadas por Donald Trump. Após a divulgação de uma lista com mais de 20 países no inicio da semana, Trump anunciou na sexta-feira uma nova tarifa de 35% sobre todas as importações do Canadá, com vigência a partir de 1º de agosto. Além disso, as tarifas já anunciadas sobre importações de cobre devem atingir principalmente o Canadá, maior exportador desse metal para os EUA. Naturalmente, essas medidas têm o objetivo de pressionar Ottawa a fazer concessões nas negociações comerciais.

Curiosamente, Trump, na prática, não deseja elevar tarifas. Afinal, o impacto recairá sobre os consumidores americanos — algo pouco atraente em meio ao atual cenário interno nos EUA. Com isso, cresce o risco de os republicanos perderem a maioria nas duas casas do Congresso nas próximas eleições. E, caso o partido de Elon Musk se consolide como uma força política real até lá, o eleitorado poderá se fragmentar em três grandes frentes, o que afastaria ainda mais os republicanos de uma maioria no futuro previsível.

No gráfico de 4 horas, o par voltou ao nível 1,1680. Uma recuperação a partir deste nível favoreceria o euro e um novo movimento de alta em direção ao nível de Fibonacci de 161,8% em 1,1851. Um fechamento firme abaixo deste nível permitiria uma queda em direção ao limite inferior do canal de tendência ascendente. Atualmente, não há divergências visíveis em nenhum indicador.

Relatório de Compromissos dos Traders (COT):

Na última semana, traders profissionais abriram 1.188 novas posições de compra e 4.786 contratos de venda. O sentimento entre os participantes não comerciais segue otimista e vem se consolidando, em grande parte por causa das políticas de Donald Trump. Atualmente, os especuladores detêm 225.000 contratos de compra, contra 117.000 contratos de venda — uma diferença que tem se ampliado de forma consistente, salvo por algumas exceções pontuais. Em resumo, a demanda pelo euro continua forte, enquanto o dólar segue sem apoio. O quadro geral permanece estável.

Há 22 semanas consecutivas, os grandes players vêm reduzindo suas apostas na queda do euro e aumentando as posições compradas. Apesar de a diferença entre as políticas monetárias do BCE e do Fed ainda ser significativa, o fator que mais pesa para os traders neste momento são as ações de Trump, vistas como um risco potencial de recessão e de problemas estruturais de longo prazo para a economia americana.

Calendário econômico para os EUA e a UE:

11 de julho – Não há eventos significativos no calendário econômico. Como resultado, é improvável que as notícias influenciem o sentimento do mercado na sexta-feira.

Previsão para o EUR/USD e recomendações para os traders:

Eu não consideraria vender o par hoje, já que o nível 1,1712 não parece particularmente forte. Oportunidades de compra podem surgir a partir de uma recuperação no nível 1,1680 no gráfico de 4 horas, com alvo em 1,1802, já que os touros parecem atualmente muito mais fortes do que os ursos.

As grades de níveis de Fibonacci são baseadas em 1,1574–1,1066 no gráfico horário e 1,1214–1,0179 no gráfico de 4 horas.