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Na terça-feira, o ouro recua a partir da marca simbólica de US$ 3.400, que atuou como resistência. No entanto, com a aproximação do prazo de 1º de agosto para a imposição de novas tarifas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, o preço do metal — considerado um ativo de refúgio — pode voltar a subir. O sentimento do mercado também está sendo afetado por preocupações quanto à independência do Federal Reserve.
Um porta-voz da Casa Branca indicou que Trump poderia demitir em breve o presidente do Fed, Jerome Powell. No entanto, no domingo, o próprio Trump negou essa possibilidade em uma postagem no Truth Social, classificando a notícia como "típica fake news". Paralelamente, a congressista republicana Anna Paulina Luna acusou formalmente Powell de falso testemunho em duas ocasiões distintas, ambas ligadas à reforma, há muito planejada, da sede do Federal Reserve em Washington, D.C.
Além disso, os membros do Fed seguem divididos quanto à política de juros, com a maioria defendendo um corte — fator que também favorece o ouro.
Adriana Kugler, integrante do FOMC, afirmou que o banco central dos EUA não deve reduzir as taxas "no curto prazo", destacando que as tarifas do governo Trump já estão impactando os preços ao consumidor. Segundo ela, uma política monetária mais rígida é necessária para manter as expectativas de inflação sob controle.
A presidente do Fed de São Francisco, Mary Daly, afirmou na semana passada que dois cortes de juros ainda este ano são uma previsão "razoável", embora tenha alertado contra o adiamento de ações. Para Daly, as taxas podem acabar se estabilizando em 3% ou mais — acima do nível neutro pré-pandemia.
Já o governador Christopher Waller sugeriu que o Fed deveria reduzir sua meta de taxa já na reunião de julho, citando o aumento dos riscos econômicos. Ele acrescentou que postergar essa decisão pode exigir medidas mais agressivas no futuro.
Perspectiva técnica: os preços do ouro estão se consolidando em torno do nível redondo de US$ 3.400. O RSI de 14 dias permanece acima de 50, sinalizando uma dinâmica de alta. Um rompimento acima desse nível pode abrir caminho para a máxima de junho, próxima de US$ 3.450.
Por outro lado, o suporte mais próximo está em US$ 3.365, seguido pela média móvel exponencial de 9 dias, em US$ 3.358. Um rompimento abaixo dessa região pode enfraquecer o impulso de curto prazo, direcionando o foco para a média móvel simples (SMA) e a exponencial (EMA) de 50 dias, ambas em US$ 3.316. Esse nível representa o último suporte relevante antes da marca psicológica de US$ 3.300. Uma queda abaixo desse patamar indicaria um possível retorno da pressão vendedora.
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*A análise de mercado aqui postada destina-se a aumentar o seu conhecimento, mas não dar instruções para fazer uma negociação.