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O euro caiu ligeiramente após os dados mostrarem que as encomendas industriais na Alemanha caíram inesperadamente em junho, mesmo com o resultado do acordo comercial entre a Europa e os E.U.A. permanecendo incerto. Isso marca o segundo mês consecutivo de queda.
Essa tendência tem gerado preocupações entre economistas, já que a Alemanha é a maior economia da Europa e um dos principais motores do comércio global. A queda nos pedidos industriais pode sinalizar uma desaceleração no crescimento econômico alemão, o que, por sua vez, tende a impactar negativamente as perspectivas econômicas da zona do euro como um todo.
Analistas atribuem esse recuo a diversos fatores. Em primeiro lugar, a incerteza em torno da política comercial entre os EUA e a Europa tem reduzido a atividade de investimento das empresas. As companhias estão cautelosas diante da possibilidade de novas barreiras comerciais e tarifas, o que as leva a adiar grandes pedidos e projetos. Em segundo lugar, a desaceleração econômica da China — um dos principais parceiros comerciais da Alemanha — também tem pressionado a demanda por produtos alemães. O enfraquecimento do crescimento chinês está reduzindo as importações e afetando diretamente os exportadores alemães.
O relatório mostrou que o volume de novos pedidos caiu 1% em relação a maio, contrariando as expectativas dos analistas, que previam um aumento de 1,1%. O Escritório de Estatísticas revisou fortemente os dados do mês anterior, apontando agora uma queda de apenas 0,8%, o que sugere um fluxo atrasado de grandes encomendas no setor de transportes.
A demanda interna segue como o único motor de crescimento no momento. Ainda assim, isso evidencia a fragilidade da economia após uma recessão que se estendeu por boa parte dos últimos dois anos. Embora a confiança empresarial tenha melhorado gradualmente e a produção industrial esteja em alta, o forte aumento das tarifas dos EUA já se concretizou.
"Dado o elevado e persistente nível de incertezas comerciais e geopolíticas, não é surpreendente que os volumes de pedidos permaneçam altamente voláteis", afirmou o Ministério da Economia em comunicado. "Daqui em diante, o setor deverá enfrentar uma demanda externa reduzida em razão das tarifas elevadas sobre exportações para os EUA, que tendem a permanecer em vigor."
Muitos economistas esperam que o PIB trimestral permaneça estagnado no terceiro trimestre, antes de ganhar impulso com o aumento dos investimentos em infraestrutura e defesa. Após um crescimento anual de 0,3% em 2025, projeta-se uma expansão de 1,0% para 2026.
Perspectiva técnica para o EUR/USD:
No momento, os compradores precisam concentrar seus esforços em recuperar o nível de 1,1600. Só então poderão mirar um teste da região de 1,1640. A partir daí, uma movimentação até 1,1665 é possível, embora isso seja difícil sem o apoio dos grandes players. O alvo mais distante é a máxima em 1,1690.
Em caso de queda, espera-se uma atividade significativa de compra apenas em torno do nível de 1,1555. Se não houver interesse nessa região, pode ser mais prudente aguardar um novo teste da mínima em 1,1518 ou considerar abrir posições longas a partir de 1,1479.
Perspectiva técnica para o GBP/USD
Para os compradores de libra, o objetivo imediato é romper a resistência mais próxima em 1,3325. Só então poderão mirar o nível de 1,3375, embora a quebra desse patamar provavelmente enfrente dificuldades. O alvo mais distante está em 1,3425.
Uma quebra bem-sucedida abaixo dessa faixa desferiria um golpe sério nas posições de alta e poderia empurrar o GBP/USD para a mínima de 1,3255, com potencial para uma extensão até 1,3217.