O dólar australiano continua enfrentando dificuldades para se recuperar diante da incerteza gerada pela ameaça do presidente dos EUA, Donald Trump, de impor uma tarifa de 200% sobre produtos chineses caso Pequim se recuse a fornecer ímãs aos EUA. Segundo a Reuters, qualquer mudança na situação econômica da China pode impactar significativamente o dólar australiano, dada a estreita relação comercial entre os dois países.

Além disso, o AUD enfrenta pressão adicional após a divulgação da ata da reunião de agosto do Banco da Reserva da Austrália (RBA), que indicou a provável necessidade de novos cortes nas taxas de juros no próximo ano. A ata destacou que o ritmo dessas reduções dependerá dos dados econômicos futuros e dos riscos globais. O conselho do RBA discutiu tanto uma redução gradual quanto uma abordagem mais agressiva, considerando as condições do mercado de trabalho, a inflação ainda acima da meta e sinais de recuperação da demanda interna.

No lado oposto, o dólar americano lida com ventos contrários devido a preocupações crescentes sobre a independência do Federal Reserve. Isso ocorreu após o anúncio de Trump de que Lisa Cook seria removida de seu cargo, abrindo espaço para a nomeação de um novo membro do conselho e potencialmente aumentando sua influência sobre a política do Fed, conforme reportou a Reuters.

Do ponto de vista técnico, o AUD/USD está sendo negociado acima da média móvel exponencial de nove dias (EMA), indicando fortalecimento do momentum de alta de curto prazo. Uma ruptura consistente acima do nível redondo de 0,6500 confirmaria o sentimento altista e abriria caminho para a máxima mensal de 0,6570, atingida em 14 de agosto, seguida pela máxima de nove meses de 0,6625, registrada em 24 de julho.

Por outro lado, o suporte imediato está na EMA de nove dias, em torno de 0,6477. Uma queda abaixo desse nível enfraqueceria o momentum de curto prazo, pressionando o par em direção à mínima de dois meses de 0,6414, registrada em 21 de agosto. As quedas adicionais teriam suporte próximo à mínima de três meses de 0,6372, atingida em 23 de junho. Os osciladores no gráfico diário permanecem em território negativo, reforçando o risco de baixa.