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O padrão de ondas no gráfico de 4 horas do EUR/USD permanece inalterado há vários meses, o que é um sinal encorajador. Mesmo com a formação de ondas corretivas, a integridade da estrutura tem sido preservada, o que permite previsões mais consistentes. É importante lembrar que os padrões de ondas nem sempre seguem os exemplos de manual, mas, neste momento, a configuração está bastante clara.
O segmento de tendência de alta segue em formação, enquanto o contexto de notícias continua, em grande parte, desfavorecendo o dólar. A guerra comercial iniciada por Donald Trump permanece, o confronto com o Fed prossegue e as expectativas dovish aumentam. Além disso, a "grande lei" de Trump deve elevar a dívida pública dos EUA em cerca de 3 trilhões de dólares, ao mesmo tempo em que o presidente insiste em subir tarifas e introduzir novas. O mercado avaliou negativamente os resultados dos primeiros seis meses de governo, apesar do crescimento econômico de 3% no segundo trimestre.
Neste momento, é razoável assumir que a onda 4 está concluída. Se isso se confirmar, iniciou-se a formação da onda impulsiva 5, que pode levar o preço até a região de 1,25. Ainda existe a possibilidade de a onda corretiva 4 se alongar em uma estrutura de cinco ondas, mas esse não parece ser o cenário mais provável.
Nesta terça-feira, o EUR/USD recuou 90 pontos-base. Até então, apenas um dado poderia ter influenciado os traders: o índice de preços ao consumidor da zona do euro. A inflação subiu em agosto para 2,1%, enquanto a inflação subjacente se manteve em 2,3%. Como houve aceleração nos preços, e o mercado avaliou incorretamente o dado real, considero a reação compreensível.
Entretanto, há inconsistências. Primeiro, a queda começou antes da divulgação do relatório. Segundo, a intensidade da correção foi desproporcional à relevância do dado. Terceiro, uma inflação mais alta tende a aumentar a probabilidade de o BCE encerrar o ciclo de afrouxamento, o que seria um fator altista, não baixista. Quarto, o par já se move lateralmente há mais de duas semanas e, mesmo após a queda, permanece dentro do canal.
Diante disso, não acredito que o relatório de inflação da UE tenha sido o gatilho do movimento. Talvez a explicação esteja na crise política da França, embora não tenham surgido notícias sobre dissolução do parlamento ou novas eleições. No momento, é impossível afirmar com certeza o que provocou a queda brusca do euro e da libra.
De qualquer forma, talvez não seja necessário encontrar uma justificativa pontual. O padrão de ondas do EUR/USD não se alterou, mesmo após a queda de 100 pontos-base. A onda 2 presumida pode já estar concluída ou ainda se estender, mas isso não mudará a estrutura geral de ondas.
Com base na análise do EUR/USD, concluo que o instrumento continua a formar um segmento de tendência ascendente. O padrão de ondas ainda depende inteiramente do contexto noticioso relacionado com as decisões de Trump e a política externa dos EUA. Os alvos para este segmento ascendente podem estender-se até ao nível 1,25. Assim, continuo a considerar a compra com alvos próximos de 1,1875, o que corresponde ao nível de Fibonacci de 161,8%, e superiores. Presumo que a onda 4 tenha sido concluída. Portanto, este ainda é um bom momento para comprar.