Veja também
No final do dia de ontem, os índices bolsistas dos EUA fecharam em alta. O S&P 500 subiu 0,51%, enquanto o Nasdaq 100 ganhou 1,01%. O Dow Jones Industrial perdeu 0,05%.
Os futuros de índices avançaram após dados fracos de vagas de emprego nos EUA fortalecerem as expectativas de um corte de juros pelo Federal Reserve ainda neste mês. A pesquisa JOLTS (Job Openings and Labor Turnover Survey) mostrou uma queda nas vagas, indicando um certo desaquecimento do mercado de trabalho. Isso pode levar o Fed a adotar uma política monetária mais acomodatícia. A perspectiva de corte de juros dá suporte às ações, já que custos de empréstimo mais baixos estimulam o crescimento econômico e aumentam os lucros corporativos. Além disso, juros menores tornam as ações mais atrativas em comparação aos títulos, cujos rendimentos caem juntamente com as taxas.
Os futuros do S&P 500 e do Nasdaq 100 subiram entre 0,02% e 0,03%, enquanto o contrato futuro do Euro Stoxx 50 permaneceu inalterado. Títulos do Tesouro norte-americano e o dólar também apresentaram pouca variação. Os ganhos nos índices asiáticos desaceleraram diante da continuidade das vendas de ações chinesas. O índice regional MSCI subiu 0,2%, após alta de 0,7%, e os futuros de títulos japoneses continuaram subindo depois que um leilão de títulos públicos de 30 anos teve demanda em linha com a média dos últimos 12 meses.
Enquanto isso, a pressão sobre as ações chinesas persistiu: o índice CSI 300 caiu 1,8%. O movimento ocorreu após relatos de que órgãos reguladores financeiros do país estão considerando medidas para frear o mercado, diante de preocupações com a rápida valorização de US$ 1,2 trilhão desde o início de agosto.
O relatório do mercado de trabalho dos EUA será divulgado amanhã. De acordo com a previsão dos economistas, cerca de 75.000 empregos devem ter sido criados em agosto, enquanto a taxa de desemprego deve se manter em 4,3%. Caso se confirme, quatro meses consecutivos com crescimento de vagas abaixo de 100.000 representariam o período mais fraco desde o início da pandemia, em 2020.
Uma queda significativa nos dados do mercado de trabalho pode pressionar o Fed a cortar as taxas de juros de forma abrupta, diante das preocupações com seu mandato relacionado ao emprego. Além disso, o governador do Federal Reserve, Christopher Waller, afirmou ontem em entrevista que o banco central deveria iniciar cortes em setembro e realizar mais algumas reduções nos meses seguintes, acrescentando que os dirigentes podem discutir o ritmo exato do afrouxamento já na reunião deste mês.
Nos mercados de commodities, o petróleo cai pelo segundo dia consecutivo, à medida que traders temem que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (OPEP+) possa produzir e colocar mais petróleo à venda no mercado internacional do que estavam produzindo anteriormente, enquanto estimativas do setor indicam crescimento dos estoques em um importante centro de armazenamento. O Brent, referência global, recuou para US$ 67 por barril, enquanto o West Texas Intermediate caiu abaixo de US$ 64. Analistas do Goldman Sachs Group Inc. projetam que o preço do Brent deve cair para US$ 50 por barril no próximo ano, devido a um excedente global.
No cenário técnico do S&P 500, a principal tarefa dos compradores hoje será ultrapassar o nível de resistência mais próximo, em US$ 6.457, o que permitiria a continuidade da alta e abriria caminho para o próximo nível em US$ 6.473. Outro objetivo importante para os "bulls" é manter o controle sobre os US$ 6.490, fortalecendo a posição dos compradores. Caso ocorra um movimento de queda em meio à diminuição do apetite por risco, os compradores precisarão atuar na região de US$ 6.441. Uma quebra desse patamar poderia empurrar rapidamente o índice para US$ 6.428, abrindo espaço para US$ 6.414.