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09.09.2025 03:38 PM
Ouro atinge novo recorde histórico

Na terça-feira, o ouro atingiu um novo recorde, impulsionado pelo aumento das apostas em uma série de cortes de juros pelo Federal Reserve ainda este ano.

O preço do metal precioso subiu 0,6%, alcançando mais de US$ 3.659 por onça, superando a máxima registrada na segunda-feira. Nas últimas duas sessões, os preços avançaram 2,5%, após dados surpreendentemente fracos do mercado de trabalho dos EUA na sexta-feira, que levaram os traders a precificar ao menos dois cortes de juros em 2024, incluindo uma redução de 0,25 ponto percentual já na próxima reunião do Federal Reserve, marcada para a semana que vem.

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Os investidores apostam que juros mais baixos tornarão o ouro um ativo ainda mais atraente, já que ele não paga remuneração. Tradicionalmente, o metal é considerado um refúgio em tempos de incerteza econômica. Durante períodos de inflação ou recessão, é comum que investidores recorram ao ouro para preservar capital. O cenário atual, marcado por inflação acima da meta e desaceleração do crescimento econômico, contribui para a alta da demanda pelo metal.

No entanto, alguns especialistas alertam para não seguir a tendência cegamente. O ambiente dos mercados financeiros pode mudar rapidamente, e o ouro nem sempre garante proteção contra perdas. A recomendação é diversificar a carteira de investimentos e não depender exclusivamente do metal como instrumento de preservação de patrimônio.

A continuidade do rali do ouro, impulsionado pelas expectativas de cortes de juros, dependerá da divulgação dos dados de emprego nos EUA, prevista para esta terça-feira, bem como do tom dos indicadores de inflação ao produtor e ao consumidor, a serem conhecidos na quarta e quinta-feira. Também será acompanhada de perto a reação do mercado aos leilões de títulos do Tesouro americano, de curto e longo prazos.

Neste ano, o ouro já se valorizou quase 40%, impulsionado por compras de bancos centrais, especulações sobre cortes de juros e maior demanda por ativos de proteção diante do aumento das tensões geopolíticas e das preocupações com o impacto das tarifas do presidente Donald Trump sobre a economia global. As críticas do presidente à independência do Fed também contribuíram para essa valorização.

De modo geral, analistas e investidores projetam novas altas para o preço do ouro. O Goldman Sachs Group Inc. afirmou que a cotação do metal precioso pode chegar a quase US$ 5.000 por onça, caso investidores transfiram mesmo uma pequena parcela de seus ativos em Treasuries para ouro físico, diante de sinais de maior intervenção política sobre o banco central.

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Do ponto de vista técnico, os compradores precisam romper a resistência mais próxima em US$ 3.640. Caso isso ocorra, o movimento poderá se estender até US$ 3.682, patamar cuja superação será desafiadora. O alvo mais distante é a região de US$ 3.720. Por outro lado, se o ouro recuar, os vendedores tentarão assumir o controle em US$ 3.600. Uma quebra dessa faixa representará um duro golpe para as posições compradas e poderá levar o preço do metal até US$ 3.562, com potencial de atingir US$ 3.526.

Miroslaw Bawulski,
Analytical expert of InstaTrade
© 2007-2025

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