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Ontem, o presidente Donald Trump disse a autoridades europeias que estava preparado para impor novas tarifas em grande escala sobre a Índia e a China para pressionar o presidente Vladimir Putin a negociar com a Ucrânia — mas somente se os países da União Europeia fizessem o mesmo.
Segundo reportagens da mídia, Trump fez esse pedido ao convidar altos funcionários dos EUA e da UE para uma reunião em Washington. Espera-se que os EUA introduzam as tarifas, mas apenas sob a condição de que a Europa adote medidas semelhantes.
Essa proposta representou um desafio, visto que vários países, incluindo a Hungria, já haviam bloqueado anteriormente sanções mais rígidas da União Europeia ao setor de energia da Rússia. Medidas desse tipo exigiriam o apoio de todos os Estados-membros.
A proposta de Trump gerou uma reação mista nos círculos políticos europeus. Por um lado, os planos dos EUA de impor tarifas aumentaram ainda mais a pressão sobre o setor de energia russo. Por outro, a exigência de uma ação coordenada da UE ampliou as divisões internas e levantou dúvidas sobre a possibilidade de se alcançar um consenso. As possíveis consequências de tais tarifas podem ser significativas. O setor de energia da Rússia é uma parte fundamental da sua economia, e uma redução nas receitas de exportação pode afetar negativamente sua estabilidade financeira. No entanto, medidas de retaliação da Rússia contra os países europeus também poderiam causar danos substanciais à economia da Europa, especialmente no setor energético.
Assim, a proposta de Trump criou um dilema político complexo para a UE. Os líderes europeus precisaram ponderar os interesses econômicos e políticos de seus países e avaliar as possíveis consequências para as relações com os EUA e com a Rússia.
Outras medidas em discussão por autoridades dos EUA e da UE incluem novas sanções à frota clandestina de petroleiros da Rússia, assim como restrições a bancos russos, ao setor financeiro e a grandes empresas petrolíferas do país.
A proposta de Trump, noticiada primeiro pelo Financial Times, foi feita após expirar o prazo dado a Putin para realizar uma reunião bilateral com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky. Não há nenhuma indicação de que o líder russo, que se encontrou com Trump no Alasca no final do mês passado, tenha real interesse em negociações de paz presenciais.
Mais tarde, na terça-feira, Trump publicou nas redes sociais que os EUA e a Índia continuavam as negociações para remover barreiras comerciais e demonstrou otimismo quanto à possibilidade de chegar a um acordo. Ele também afirmou esperar conversar com o primeiro-ministro Narendra Modi nas próximas semanas.
Esse tipo de notícia não teve impacto significativo nos mercados cambiais, já que as medidas esperadas ainda permanecem em discussão. No entanto, a tendência intradiária de fortalecimento do dólar americano frente a ativos de risco, formada ontem, pode continuar hoje.
Quanto ao quadro técnico atual do EUR/USD, os compradores precisam romper o nível de 1,1730. Só assim será possível testar 1,1760. A partir daí, o par pode avançar em direção a 1,1813, embora atingir esse patamar sem o apoio dos grandes players seja bastante difícil. O alvo mais distante está no topo de 1,1866. Se o instrumento cair, espera-se uma atuação significativa de grandes compradores, somente próximo de 1,1690. Caso não haja demanda nessa faixa, é melhor aguardar um novo teste do fundo em 1,1665 ou considerar abrir posições compradas a partir de 1,1630.
Quanto ao quadro técnico do GBP/USD, os compradores precisam romper a resistência imediata em 1,3550. Só assim será possível mirar em 1,3590, acima do qual novos avanços serão difíceis. O alvo mais distante está em 1,3615. Em caso de recuo, os vendedores tentarão retomar o controle em 1,3485. Se forem bem-sucedidos, uma quebra dessa faixa enfraquecerá seriamente as posições altistas e poderá levar o GBP/USD ao suporte em 1,3450, com perspectiva de extensão até 1,3415.