Veja também
A estrutura de ondas no gráfico de 4 horas do EUR/USD permanece estável há vários meses, o que é encorajador. Mesmo com a formação de ondas corretivas, o padrão geral se mantém, permitindo previsões mais precisas. Vale lembrar que os movimentos nem sempre se apresentam como exemplos de manual, mas, no momento, o desenho das ondas está bastante claro.
Esse cenário técnico ganha força no contexto fundamental. O segmento de alta segue em desenvolvimento, enquanto o pano de fundo de notícias continua desfavorável ao dólar. A guerra comercial iniciada por Donald Trump prossegue, o confronto com o Fed permanece, e as expectativas dovish em relação às taxas de juros estão crescendo. Apesar de o PIB dos EUA ter avançado 3% no segundo trimestre, a avaliação do mercado sobre os primeiros meses do governo Trump segue baixa.
Dentro dessa conjuntura, podemos considerar que a onda de impulso 5 está em formação, com alvos potenciais próximos de 1,25. A estrutura foi parcialmente prejudicada pelo movimento lateral do último mês, mas ainda é possível identificar as ondas 1 e 2. Assim, é provável que o par esteja agora na onda 3 de 5.
Esse viés técnico também se refletiu no comportamento recente do par. Na segunda-feira, o EUR/USD avançou 20 pontos, embora a amplitude de negociação tenha permanecido estreita. O noticiário foi limitado, mas os compradores dominaram a primeira metade do dia, sustentando uma leve valorização do euro. Já o Índice de Atividade Industrial de Nova York, divulgado na segunda metade, registrou -8,7 pontos em setembro, contra expectativa de 5 a 10 pontos. Paradoxalmente, o dado chegou a dar algum fôlego ao dólar, mas, em grande parte, foi ignorado pelo mercado.
Olhando para frente, a semana reserva eventos importantes nos EUA, na zona do euro e no Reino Unido. Desde o início das negociações, os players têm mostrado inclinação para novas compras, restando saber se os próximos indicadores sustentarão o euro. Esta noite, Christine Lagarde fará a primeira de três falas previstas, mas dificilmente esse evento alterará o sentimento de mercado. Os traders seguem aguardando relatórios-chave que nortearão as decisões de política monetária.
Nesse sentido, a reunião do Fed é o grande destaque. Embora o mercado já precifique um corte de 25 pontos-base, o tom do discurso de Jerome Powell será determinante. As apostas dovish aumentaram após quatro leituras consecutivas fracas das folhas de pagamento não-agrícolas (Nonfarm Payrolls). Assim, a questão central não é mais se o FOMC cortará os juros em setembro, mas quantas vezes o fará nos próximos meses. O atual dot plot sugere dois cortes neste ano, mas, diante das estatísticas negativas, pode haver espaço para mais.
Com base na análise do EUR/USD, concluo que o par segue em um segmento de tendência de alta. A estrutura de ondas ainda depende, em grande medida, do pano de fundo noticioso relacionado às decisões de Trump e à política externa e interna da nova Administração. Os alvos potenciais dessa tendência podem se estender até a região de 1,25. No cenário atual, continuo favorecendo posições de compra, com objetivos iniciais próximos de 1,1875, nível correspondente à extensão de Fibonacci de 161,8% — e, posteriormente, em patamares mais elevados.
Em uma escala menor, é possível visualizar com clareza todo o segmento de alta da tendência. A estrutura de ondas não corresponde exatamente a um "manual", já que as correções variam em tamanho. Um exemplo é o fato de a onda 2 maior ser menor do que a onda 2 interna dentro da onda 3. Situações como essa, no entanto, são comuns. O mais importante é destacar estruturas consistentes nos gráficos, em vez de forçar a associação de cada oscilação a uma onda específica. No momento, a estrutura altista apresenta poucas dúvidas.
Princípios fundamentais da minha análise: