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O par GBP/USD passou a maior parte da terça-feira praticamente sem movimentação. No Reino Unido, os índices de atividade empresarial dos setores de serviços e manufatura foram divulgados ontem, mas não provocaram grandes alterações nos preços. Isso é curioso, já que ambos os índices caíram em setembro e ficaram significativamente abaixo das previsões. Portanto, a libra esterlina tinha motivos para recuar na primeira metade do dia. Por que, então, o par não continuou seu declínio, considerando a queda ativa dos dias anteriores?
A desvalorização da libra nos últimos dias foi desencadeada por novos problemas orçamentários do governo britânico. Além disso, a queda do euro também pressionou a libra. Sem esses fatores, a moeda poderia ter mantido seu movimento de alta sem dificuldades. Vale destacar que a reunião do Fed teve caráter claramente dovish, enquanto a do Banco da Inglaterra foi neutra. Ou seja, o Fed sinalizou disposição para continuar cortando juros, enquanto o BoE permaneceu mais cauteloso.
Embora existam várias interpretações de analistas e traders, não vemos razão para atribuir motivos complicados à queda da libra. A análise técnica ajuda a esclarecer as expectativas futuras. O fato de a libra não ter continuado caindo ontem, mesmo com todos os fatores negativos, indica que a correção descendente provavelmente está chegando ao fim.
É importante lembrar que a inflação no Reino Unido, embora não esteja disparando, permanece quase o dobro da meta. Com uma inflação desse nível, seria questionável justificar uma terceira rodada de afrouxamento monetário em 2025, muito menos uma quarta. Alguns poderiam argumentar que a fraqueza da economia britânica poderia forçar novos cortes de juros, mas essa fraqueza é estrutural e vem desde 2016. O regulador e o governo toleram um crescimento econômico fraco há anos, então não há razão para uma intervenção urgente agora.
O Reino Unido também enfrenta sérios problemas orçamentários: as despesas aumentam, enquanto as receitas não acompanham. A solução exigiria cortes em gastos sociais e de saúde, além de aumento de impostos. No entanto, isso não seria necessariamente ruim para a libra, pois a economia americana também enfrenta desafios. Um novo corte na taxa básica quase certamente impulsionaria a inflação, o que colocaria o BoE diante de um dilema: abandonar a meta de inflação ou limitar novos cortes — cenário que, no fim das contas, favorece a libra.
A volatilidade média do par GBP/USD nos últimos 5 dias de negociação é de 89 pontos, sendo considerada "média". Para esta quarta-feira, 24 de setembro, espera-se que o par se movimente dentro da faixa de 1,3427 a 1,3605. O canal de regressão linear superior aponta para cima, indicando claramente uma tendência de alta. O indicador CCI voltou a entrar na zona de sobrevenda, sinalizando a retomada da tendência de alta.
Níveis de suporte mais próximos: S1 – 1,3489 S2 – 1,3428 S3 – 1,3367
Níveis de resistência mais próximos: R1 – 1,3550 R2 – 1,3611 R3 – 1,3672
Recomendações de negociação:
O par GBP/USD passa por uma nova correção, mas suas perspectivas de longo prazo permanecem inalteradas. As políticas de Donald Trump continuam pressionando o dólar, portanto, não há expectativa de fortalecimento da moeda americana. Assim, posições compradas com alvos em 1,3672 e 1,3733 continuam sendo muito mais relevantes se o preço permanecer acima da média móvel. Caso o preço caia abaixo da linha da média móvel, pequenas posições vendidas podem ser consideradas com base puramente técnica. Correções temporárias do dólar são comuns, como a observada atualmente. Para um fortalecimento duradouro da moeda americana, seriam necessários sinais concretos de fim da Guerra Comercial ou outros fatores globais positivos.
Explicações das ilustrações: