O USD/JPY segue em queda pelo segundo dia consecutivo, negociado acima de 148,50 e encontrando suporte na média móvel simples de 200 dias (SMA 200). A pressão sobre o dólar americano reflete temores de uma possível suspensão temporária das operações do governo federal. Nesta segunda-feira, o presidente Donald Trump deve se reunir com líderes do Congresso para discutir o financiamento governamental. Se não houver um acordo, uma paralisação pode ter início em 1º de outubro, coincidindo com a implementação de novas tarifas sobre caminhões, medicamentos e outros produtos. Segundo a Reuters, esse impasse também pode atrasar a divulgação do relatório de emprego de setembro e de outros dados econômicos relevantes.

A fraqueza do dólar e a queda do par também refletem o aumento das expectativas de um corte na taxa de juros pelo Fed em outubro, após a divulgação dos dados de inflação dos EUA referentes a agosto. Segundo a ferramenta CME FedWatch, os mercados agora precificam uma probabilidade de quase 88% para um corte em outubro e 65% para outro em dezembro.

No Japão, os traders estarão atentos à divulgação, nesta terça-feira, do "Resumo das Opiniões" do Banco do Japão (BoJ) e aos dados de vendas no varejo de agosto. A ata da reunião de julho do BoJ indica que o regulador está disposto a considerar novos aumentos nas taxas, desde que o crescimento econômico e a inflação permaneçam estáveis.

No entanto, a incerteza política no Japão pode criar obstáculos adicionais para o iene. A eleição da liderança do Partido Liberal Democrata (PLD), marcada para 4 de outubro, pode adiar planos de aperto monetário caso vença um candidato com postura mais dovish em relação às taxas de juros.

Do ponto de vista técnico, os osciladores no gráfico diário permanecem positivos, e o par segue acima da média móvel simples de 200 dias (SMA 200), sinalizando que os compradores (bulls) ainda não estão recuando. No entanto, uma falha em defender esse nível de suporte anularia os esforços dos touros no USD/JPY, arrastando os preços à vista abaixo do patamar psicológico de 148,00 e abrindo caminho para um teste da mínima da semana passada, próxima de 147,50, com possível pausa na média móvel de 50 dias.

Por outro lado, uma quebra acima do nível redondo de 149,00 restauraria uma perspectiva otimista para o par.