Veja também
O membro do Conselho do Federal Reserve, Steven Miran, classificou como uma "grata surpresa" os dados que apontam para um aumento no emprego nas empresas americanas em outubro, embora tenha reiterado sua visão de que as taxas de juros deveriam estar mais baixas.
De acordo com os dados publicados na quarta-feira pela ADP Research, o emprego no setor privado aumentou em 42 mil postos, após uma revisão da queda de 29 mil registrada no mês anterior. A estimativa mediana dos economistas projetava um avanço de 30 mil. O relatório da ADP ganhou relevância extra, uma vez que o shutdown mais longo da história dos EUA continua atrasando a divulgação dos dados econômicos oficiais.
Esse aumento inesperado no emprego sinaliza resiliência na economia americana diante dos desafios globais. Apesar das preocupações com a inflação e uma possível recessão, o mercado de trabalho mostra sinais de força, sugerindo uma trajetória de crescimento mais favorável do que se previa anteriormente. Ainda assim, Miran enfatizou que esses resultados devem ser analisados no contexto mais amplo da economia.
Miran afirmou em entrevista que via apenas um potencial modesto de criação de empregos, observando que o crescimento dos salários continuava a desacelerar e que havia sinais de que a demanda por trabalho poderia não ser tão forte quanto o ideal do ponto de vista cíclico. Acrescentou ainda que, em sua visão, todos esses fatores apontavam para taxas um pouco mais baixas do que as atuais.
Vale lembrar que Miran tem defendido repetidamente uma política monetária mais acomodatícia, opondo-se às recentes decisões do Fed de reduzir a taxa básica em apenas 0,25 ponto percentual em setembro e novamente em outubro. Ele defende, em vez disso, um corte de meio ponto.
Na semana passada, o Federal Reserve reduziu sua taxa básica em um quarto de ponto percentual, refletindo preocupações persistentes com o mercado de trabalho. O presidente do Fed, Jerome Powell, declarou em entrevista após a decisão que novos cortes em dezembro "não estão predefinidos."
Além disso, foi divulgado ontem o relatório sobre a atividade do setor de serviços dos EUA em outubro, que cresceu no ritmo mais rápido em oito meses, impulsionado por um forte aumento nos novos pedidos. O Índice de Serviços ISM subiu 2,4 pontos, chegando a 52,4 — acima da linha de 50 que indica expansão. O índice de novos pedidos saltou 5,8 pontos, para 56,2, o nível mais alto em um ano, enquanto o índice de atividade empresarial subiu 4,4 pontos, para 54,3, retornando à zona de crescimento.
No entanto, como mencionado, esses dados não ofereceram suporte significativo ao dólar americano.
Perspectiva técnica
EUR/USD: Neste estágio, os compradores precisam concentrar seus esforços em recuperar o nível de 1,1530. Somente uma ruptura acima desse ponto permitirá um movimento em direção a 1,1550. A partir daí, o preço poderia avançar até 1,1580, embora atingir esse patamar sem o apoio de grandes players possa ser difícil. O alvo mais distante permanece na máxima de 1,1620.
Se o par recuar para a região de 1,1500, espera-se uma atividade significativa de compra nessa área. Caso não haja compradores expressivos, seria razoável aguardar um novo teste da mínima em 1,1470 ou considerar a abertura de posições longas a partir de 1,1440.
GBP/USD: Os compradores da libra precisam superar a resistência mais próxima em 1,3075. Apenas acima desse nível o caminho se abre para 1,3100, embora uma ruptura sustentada possa se mostrar desafiadora. O alvo mais distante estaria em torno de 1,3130.
Se o par recuar, os vendedores tentarão retomar o controle em 1,3040. Caso obtenham sucesso, uma quebra abaixo dessa faixa representará um golpe significativo para as posições de alta, empurrando o GBP/USD para baixo em direção à mínima de 1,3010, com possibilidade de estender o movimento até 1,2975.