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O fluxo de notícias do Reino Unido será o mais relevante da semana. Na Europa continental, há poucos eventos significativos programados, enquanto nos Estados Unidos diversos relatórios importantes continuam adiados. Já o Reino Unido apresentará uma série de dados econômicos relevantes, que, a princípio, tendem a favorecer a libra esterlina.
Na minha visão, a análise de ondas continua sendo o principal alicerce técnico neste momento. A estrutura atual indica a formação de um movimento ascendente, sugerindo a retomada de um segmento de tendência de alta. Já foi observada uma estrutura corretiva de cinco ondas, o que torna razoável esperar a construção de um novo ciclo de ondas de alta. O cenário de notícias, por sua vez, não deve impedir esse desenvolvimento.
Na terça-feira, serão divulgados os dados de emprego e salários — relatórios de grande relevância, dado seu impacto sobre a política monetária do Banco da Inglaterra (BoE), que, recentemente, ficou a apenas um voto de distância de um novo corte nas taxas de juros.
O próprio banco central alertou que uma inflação persistentemente alta apenas adiaria a próxima rodada de afrouxamento monetário. Na minha avaliação, o indicador-chave segue sendo a inflação, atualmente em seu nível mais elevado desde fevereiro de 2024, o que representa quase dois anos de pressões inflacionárias acima da meta. A inflação ainda está quase o dobro da meta oficial do BoE, e, por isso, considero improvável que o banco promova um novo corte nas taxas até observar uma desaceleração, mesmo que modesta, nos preços.
Com base nas projeções atuais, a taxa de desemprego pode subir para 4,9%, e, se a inflação no próximo relatório ficar abaixo de 3,8%, o Banco da Inglaterra poderá realizar um novo corte de juros já em dezembro. Tal cenário, no entanto, não seria particularmente favorável para a libra esterlina.
Na quinta-feira, o Reino Unido publicará os relatórios de PIB e produção industrial. Não há grandes expectativas de surpresa: o ritmo de crescimento da economia britânica permanece modesto, e o próprio BoE reduziu suas previsões de expansão para os próximos dois anos. Assim, um crescimento entre 0,2% e 0,3% no terceiro trimestre já seria considerado um resultado relativamente positivo para a libra.
Diante desse contexto, a libra esterlina poderá encontrar dificuldades para sustentar sua valorização, caso o mercado reaja de forma estritamente racional aos dados. Ainda assim, a análise de ondas sugere continuidade no movimento de alta, sustentada mais pela estrutura técnica do que pelos fundamentos macroeconômicos.
Com base na análise do EUR/USD, concluo que o instrumento continua a formar um segmento de alta da tendência. Nos últimos meses, o mercado fez uma pausa, mas as políticas de Donald Trump e do Fed continuam a ser fatores significativos para a futura desvalorização da moeda norte-americana. As metas para o segmento atual da tendência podem chegar até o valor 25. Atualmente, a formação da onda corretiva 4 continua, assumindo uma forma altamente complexa e alongada. Sua estrutura interna mais recente, a-b-c-d-e, está quase concluída ou já foi concluída. Assim, estou considerando comprar novamente, já que todas as estruturas descendentes recentes parecem corretivas.