União Europeia alerta que reagirá com firmeza ao aumento das tarifas dos EUA
Segundo a Reuters, a União Europeia está prestes a dar um passo decisivo em sua relação cada vez mais tensa com os Estados Unidos. Líderes do bloco europeu estariam prontos para ativar medidas amplas de retaliação econômica, diante do aumento dos atritos provocados pelas recentes tarifas aplicadas pelo presidente Donald Trump.
Esse cenário vem aumentando a união entre os países-membros, que agora parecem concordar na necessidade de recorrer ao chamado Instrumento Anticoerção (ACI) — uma ferramenta criada justamente para responder a pressões econômicas externas. A razão é clara: a política agressiva de tarifas dos EUA tem prejudicado exportadores europeus e desequilibrado as relações comerciais.
Uma reportagem recente, intitulada “Opção nuclear da UE contra as ameaças tarifárias de Trump”, revela que Bruxelas está disposta a acionar o ACI caso as negociações comerciais com Washington não avancem. Essa medida seria a última cartada em uma disputa que já se arrasta há meses, mostrando que a tensão pode estar chegando ao limite.
O ACI foi aprovado no final de 2023, mas ainda não foi utilizado. Isso porque ele é visto como uma medida extrema — uma verdadeira “opção nuclear” no arsenal da diplomacia europeia. Porém, diante do atual cenário, essa reserva pode estar prestes a ser acionada.
Na prática, o instrumento permite que a UE imponha sanções contra países que tentem coagir economicamente o bloco ou seus membros a mudar suas políticas internas. E seu alcance vai além da simples retaliação tarifária: por exemplo, contratos públicos que somam até €2 trilhões podem excluir propostas que contenham insumos ou serviços de origem americana, principalmente nas áreas de construção e defesa.
Além disso, investimentos diretos dos EUA e acordos relacionados à propriedade intelectual também poderão sofrer restrições. Especialistas alertam que o ACI tem um alcance amplo e um impacto potencial muito significativo, capaz de mudar profundamente a dinâmica comercial entre as duas maiores economias do mundo.
Se colocado em prática, esse instrumento pode abrir uma nova fase de endurecimento nas relações entre EUA e UE, com efeitos que podem durar anos e influenciar o comércio global como um todo.