UE aceita termos desfavoráveis em acordo comercial com os EUA, apesar de relutância
Os líderes europeus estão agindo com extrema cautela, receosos de contrariar abertamente o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, considera que uma guerra comercial com a América resultaria em grande caos para a Europa, algo que não pode ser permitido. Por essa razão, a UE precisou aceitar um acordo comercial desfavorável com Washington.
Na sua perspectiva, uma confrontação comercial com os Estados Unidos, especialmente em um momento em que os laços entre Rússia e China se fortalecem, seria prejudicial para a Europa. No entanto, von der Leyen destacou alguns aspectos positivos na situação atual.
Ao discursar perante o Parlamento Europeu, no relatório anual sobre o estado da União, von der Leyen afirmou que, como parte do acordo comercial, as tarifas foram reduzidas para 15%. Em contrapartida, os países da zona euro se comprometeram a comprar uma ampla gama de produtos americanos e a investir na economia dos Estados Unidos.
A presidente da Comissão enfatizou que os líderes europeus devem considerar cuidadosamente as repercussões de uma guerra comercial completa com os EUA, que poderia gerar grande caos, comparando a situação com os acontecimentos recentes na China, país cercado pelos líderes da Rússia e da Coreia do Norte, com Putin se vangloriando das relações Rússia-China em nível sem precedentes.
Vale lembrar que o acordo comercial entre a União Europeia e os Estados Unidos foi fechado no final de julho. Em troca da redução das taxas de importação para 15%, os líderes europeus concordaram em comprar US$ 750 bilhões em recursos energéticos de Washington, importar armas americanas e investir US$ 600 bilhões na economia dos EUA. Ainda assim, o alívio foi limitado, já que as tarifas de 50% aplicadas pelos EUA ao aço e ao alumínio europeus permanecem em vigor.