A Tesla Inc. enfrenta um período desafiador, à medida que a demanda por veículos elétricos apresenta sinais de enfraquecimento, afetando negativamente as perspectivas de médio prazo da empresa. Ainda assim, analistas do Barclays projetam resultados fortes para o terceiro trimestre da montadora de Elon Musk, embora alertem que esse desempenho pode ser passageiro.

Segundo o banco multinacional britânico, a Tesla pode superar as expectativas de lucro no terceiro trimestre, impulsionada principalmente por compras antecipadas antes do vencimento dos incentivos fiscais nos EUA e pelo otimismo em torno de suas iniciativas de robotáxis. A empresa projeta entregas trimestrais de 465.000 veículos, acima da estimativa consensual de 430.000, com as vendas nos EUA fornecendo impulso significativo.

No entanto, esse adiantamento na demanda deve enfraquecer os resultados no quarto trimestre, levando a uma queda notável nas vendas de veículos elétricos nos EUA. Apesar do aumento projetado para o terceiro trimestre, o Barclays manteve sua previsão de entregas para 2025 em 1,6 milhão de veículos, o que representaria uma redução de 10% em relação ao ano anterior.

O desempenho regional segue misto: as vendas na China estão se recuperando gradualmente, mas permanecem abaixo dos níveis do ano passado, enquanto as entregas na Europa foram impactadas por boicotes de consumidores e danos à reputação ligados às recentes atividades políticas de Musk.

Em contrapartida, as vendas nos EUA devem crescer 9% na comparação anual no terceiro trimestre, impulsionadas pela demanda movida por incentivos. Outros mercados globais, como Coreia do Sul e Turquia, também registraram entregas recordes, atribuídas principalmente à demanda reprimida pelo Model Y atualizado.

Os estrategistas de câmbio do Barclays estimam uma produção de cerca de 445.000 unidades no terceiro trimestre, o que reduziria o estoque em quase 20.000 veículos. Ainda assim, os analistas reforçam que o momento atual da Tesla é impulsionado por fatores transitórios, alertando para uma provável deterioração nas vendas de veículos elétricos no curto prazo.