Aumento dos preços do petróleo

O conflito armado no Golfo Pérsico já provocou um aumento acentuado nos preços do petróleo, em meio a temores crescentes de interrupções no fornecimento. A principal preocupação está centrada no Estreito de Ormuz, um ponto de estrangulamento crítico por onde passa diariamente cerca de 20% do petróleo mundial. Se o estreito for fechado ou mesmo parcialmente restringido, o mercado global poderá enfrentar uma grave escassez de petróleo bruto. Mesmo sem um bloqueio efetivo, a simples escalada das hostilidades vem agitando os traders, alimentando altas nos preços e intensificando a pressão inflacionária sobre a economia global.

Pressão sobre os mercados de ações

A instabilidade geopolítica teve impacto imediato nas bolsas de valores globais. Os investidores estão realizando lucros, saindo de ativos de risco e realocando capital para instrumentos mais seguros. Diante da crescente incerteza, os setores de tecnologia, turismo e consumo estão sendo afetados, enquanto os ativos ligados à defesa e as commodities ganham terreno. Uma nova escalada do conflito poderia desencadear uma ampla fuga de capital dos mercados emergentes, intensificar as liquidações e desestabilizar sistemas financeiros em economias fortemente dependentes de fluxos externos.

Risco de estagflação

O aumento dos preços da energia, em meio à turbulência geopolítica, está reacendendo o temor da estagflação — uma combinação de inflação elevada e desaceleração do crescimento econômico. A escalada do petróleo tem elevado os custos de produção e transporte, corroído o poder de compra dos consumidores e enfraquecido a demanda. Esse cenário ameaça paralisar a recuperação global que se seguiu à pandemia e ao choque energético de 2022, desencadeado pela guerra entre Rússia e Ucrânia. Uma nova escalada pode levar a um período prolongado de pressão inflacionária e desaceleração da atividade econômica.