Veja também
Os mercados acionários dos Estados Unidos encerraram a segunda-feira com ganhos modestos, à medida que os investidores optaram pela cautela diante das novas ameaças comerciais do presidente Donald Trump. Com uma semana repleta de eventos — incluindo a divulgação de dados econômicos e o início da temporada de balanços —, os mercados permaneceram relativamente estáveis.
No fim de semana, Trump aumentou a incerteza no comércio internacional ao ameaçar impor tarifas de 30% sobre uma ampla gama de importações da União Europeia e do México, com início previsto para 1º de agosto. Suas declarações deixaram margem para negociações de última hora.
O volume negociado foi relativamente fraco, com 15,43 bilhões de ações trocando de mãos, abaixo da média de 20 dias, de 17,62 bilhões — refletindo a postura de espera dos investidores à procura de sinais mais claros.
O Nasdaq atingiu um novo recorde histórico — o sétimo desde o final de junho. Já o S&P 500, próximo de sua máxima anterior, acumulou cinco recordes no mesmo período.
No entanto, o setor de energia foi prejudicado. Após as ameaças de Trump de aplicar tarifas a compradores de petróleo russo, o preço do petróleo bruto nos EUA caiu 2,2%, pressionando o setor, que teve uma queda de 1,2%, a mais acentuada entre os 11 setores do S&P 500.
Apesar das tensões comerciais persistentes, a maioria dos setores fechou o dia em alta. O maior impulso veio do setor de serviços de comunicação, que subiu 0,7%. A Netflix, que divulgará seu balanço na quinta-feira, foi um dos principais destaques. A Warner Bros. Discovery também contribuiu para o bom desempenho, impulsionada pela estreia bem-sucedida do novo filme do Superman.
As ações de empresas relacionadas ao setor de criptoativos subiram após o Bitcoin ultrapassar a marca dos 120 mil dólares pela primeira vez. A Coinbase teve alta de 1,8%, enquanto a MicroStrategy saltou 3,8%, aproveitando o otimismo renovado no mercado de ativos digitais.
Enquanto isso, a Waters Corporation sofreu uma forte queda de 13,8% após anunciar uma fusão com a divisão de Ciências Biológicas e Soluções Diagnósticas da Becton, Dickinson. O negócio está avaliado em 17,5 bilhões de dólares e levantou preocupações sobre os riscos de integração.
As ações na Ásia avançaram nesta terça-feira, enquanto o dólar americano permaneceu firme. Investidores acompanham de perto os desdobramentos no comércio internacional e aguardam dados importantes sobre a inflação dos EUA e os balanços dos bancos americanos ao longo da semana.
Após um fim de semana marcado por declarações agressivas sobre comércio, o presidente Donald Trump sinalizou disposição para negociar as tarifas de 30% propostas sobre importações do México e da União Europeia. Em resposta, o Japão estaria pressionando por uma rodada de negociações de alto nível com autoridades norte-americanas já nesta sexta-feira.
O índice MSCI de ações da Ásia-Pacífico, com exceção do Japão, subiu 0,4%, enquanto o Nikkei japonês avançou 0,2%. O primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, busca uma reunião com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, em Tóquio ainda esta semana, antes do prazo de 1º de agosto para a possível implementação das tarifas.
No cenário interno, Ishiba também se prepara para uma eleição crucial no domingo. Pesquisas indicam que sua coalizão governista pode perder o controle da câmara alta para forças de oposição que defendem maior gasto público. Os títulos do governo japonês sofreram forte queda, com os rendimentos dos papéis de 10 anos saltando para 1,595% — o maior nível desde outubro de 2008.
A economia chinesa desacelerou no segundo trimestre, mas a perda de ritmo foi menor do que o esperado — um sinal de que o país está resistindo melhor do que o previsto aos impactos das tarifas impostas pelos EUA.
Paralelamente, o CEO da Nvidia, Jensen Huang, está se preparando para visitar a China nesta quarta-feira, com o objetivo de retomar as vendas dos chips de inteligência artificial H20, cruciais para manter a competitividade da empresa na região.
O dólar americano manteve-se estável, sendo negociado a 147,62 ienes, próximo da máxima de três semanas. O euro teve uma leve recuperação após quatro dias consecutivos de queda, subindo 0,1% para 1,1680 dólar.
Os preços do petróleo bruto dos EUA caíram 0,5%, sendo negociados a 66,63 dólares por barril. A queda ocorreu após o presidente Donald Trump anunciar um novo pacote de armamentos para a Ucrânia e alertar sobre possíveis sanções a compradores de exportações russas, caso Moscou se recuse a iniciar negociações de paz nos próximos 50 dias.
Os preços do ouro subiram 0,6%, alcançando 3363,40 dólares por onça, impulsionados pela crescente incerteza geopolítica. A prata também manteve sua trajetória de alta, com valorização de 0,3%, chegando a 38,25 dólares — seu maior nível desde setembro de 2011.
Os futuros das ações europeias apresentaram ganhos moderados: os contratos do Euro Stoxx 50 subiram 0,3%, enquanto os futuros do DAX da Alemanha e do FTSE do Reino Unido avançaram 0,2% cada. Nos Estados Unidos, os futuros do Nasdaq subiram 0,5%, sinalizando crescente confiança dos investidores no setor de tecnologia.