A inflação na zona do euro permaneceu estável em abril em comparação a março, exatamente em linha com as previsões: 2,2% na taxa anual do índice geral e 2,7% na taxa anual do núcleo da inflação. Essa estabilidade tende a favorecer o Banco Central Europeu (BCE), que tem sinalizado, por meio de declarações de membros do Conselho, uma transição gradual para uma postura mais dovish.

A Comissão Europeia também divulgou uma atualização de suas projeções econômicas. Agora, espera-se que o crescimento real do PIB em 2025 seja de 0,9%, abaixo da estimativa anterior de 1,3% feita em novembro. Essa revisão para baixo é atribuída ao aumento da incerteza em torno das tarifas comerciais. A inflação projetada é de 2,1% ao ano em 2025 e de 1,7% em 2026 — esta última revista para baixo, de 1,9% para 1,7%, em linha com as projeções do BCE. Esse ajuste abre espaço para que o BCE também revise suas projeções em junho, reforçando a possibilidade de uma guinada mais dovish na política monetária.

O sentimento geral na economia está se deteriorando. Embora os índices PMI permaneçam relativamente estáveis, não mostram sinais de melhora, e a confiança do consumidor segue em queda.

O BCE adotou uma postura claramente mais dovish em sua reunião de abril e, desde então, as declarações das autoridades têm, em sua maioria, reforçado esse tom. Nesse contexto, um novo corte na taxa de juros em junho parece altamente provável — e cortes adicionais poderão ocorrer caso a incerteza persista e o impulso econômico continue a enfraquecer. Por ora, os mercados estão precificando uma taxa terminal em torno de 2%, o que sugere mais um corte em junho, desde que a situação econômica não piore significativamente.

Há também algumas notícias positivas: a União Europeia e os Estados Unidos finalmente iniciaram negociações comerciais. Embora ainda não haja resultados concretos, o início das conversas já ajuda a aliviar as tensões. Ainda não está claro qual moeda será mais beneficiada — o euro ou o dólar. A UE parte de uma posição mais fraca, sendo forçada a jogar na defensiva, e a grande questão será até que ponto estará disposta a fazer concessões. Isso pode impactar diretamente as perspectivas para o euro.

As posições líquidas compradas em euro aumentaram €1,1 bilhão na semana do relatório, totalizando €11,8 bilhões. O posicionamento especulativo permanece fortemente otimista, embora a estimativa de valor justo da moeda esteja em tendência de baixa.

O par EUR/USD, como esperado, passou a semana em uma faixa de negociação, saltando ligeiramente da baixa de 1,1066. Agora há menos motivos para crescimento; esperamos que as negociações continuem dentro de uma faixa, com uma tendência de queda para 1,1066. A zona de resistência em 1,1260/80 provavelmente formará um pico local, seguido por uma queda. Um movimento acima de 1,1260/80 é considerado improvável.