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11.06.2025 06:16 PM
Teto do preço do petróleo, sanções e julgamentos. O petróleo se torna o centro de um novo nó geopolítico

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Petróleo de volta aos holofotes

Os contratos futuros do Brent ultrapassaram a marca de US$ 67,5 por barril nesta quarta-feira, atingindo o maior nível em oito semanas. Vários fatores contribuíram para essa alta: a declaração do presidente Donald Trump sobre a conclusão de um acordo comercial com a China, a renovação das tensões entre os EUA e o Irã, e os dados do API mostrando uma queda nos estoques de petróleo bruto nos EUA. Em conjunto, esses acontecimentos criam um cenário de aperto de oferta no curto prazo, em meio ao aumento dos riscos geopolíticos.

Fatores fundamentais

Acordo EUA–China: As negociações terminaram com um entendimento preliminar para suspender as restrições à exportação de terras raras. Os detalhes permanecem confidenciais, mas a simples assinatura já provocou reação nos mercados — investidores passaram a precificar a restauração das cadeias de suprimento e uma demanda industrial mais robusta. Trump afirmou que o acordo está pronto e aguarda apenas a confirmação de Xi Jinping.

Tensões no Oriente Médio: O Irã mantém sua retórica de pressão, ameaçando atacar bases americanas caso as conversas nucleares fracassem. Washington reagiu com ceticismo, e o presidente expressou dúvidas sobre o progresso, adicionando um prêmio geopolítico ao mercado diante da instabilidade regional.

Estoques nos EUA: Dados do API indicaram uma redução de 370 mil barris nos estoques de petróleo bruto, sinalizando oferta ajustada. Ainda hoje, a EIA divulgará suas estatísticas oficiais; se confirmarem essa queda, o Brent pode estender sua alta rumo aos próximos níveis de resistência.

Perspectiva de longo prazo: A EIA reduziu sua previsão para o preço médio do Brent para US$ 61 até o final de 2025 e US$ 59 em 2026. A produção dos EUA também deverá cair de 13,5 para 13,3 milhões de barris por dia, sinalizando um aperto gradual na oferta, desde que a OPEP+ não aumente significativamente a produção.

Perspectiva de longo prazo

A EIA revisou para baixo sua previsão de preço médio do Brent, agora em US$ 61 até o final de 2025 e US$ 59 em 2026. A produção americana deve recuar de 13,5 para 13,3 milhões de barris por dia, indicando um aperto gradual na oferta — salvo se a OPEP+ aumentar significativamente a produção.

Enquanto isso, a União Europeia debate reduzir o preço máximo do petróleo russo para US$ 45 por barril. Embora a proposta ainda esteja em negociação, analistas apontam que, sem o apoio dos EUA, seu impacto será limitado. Paralelamente, as exportações marítimas russas de Urals e ESPO estão se recuperando: a Argus relata aumentos de US$ 2,5–2,6 nos preços, enquanto as receitas brutas dos exportadores cresceram 30%.

Quadro técnico: As cotações do Brent mantêm-se firmemente acima de US$ 67,5, sinalizando continuidade de alta. A próxima resistência relevante situa-se entre US$ 68,6 e US$ 69,0; um rompimento acima dessa faixa abriria caminho para US$ 70. Enquanto o impulso de alta segue intacto e os compradores dominam o mercado, vale observar que os indicadores técnicos se aproximam da zona de sobrecompra. Nessa condição, dados fracos da EIA ou notícias negativas podem desencadear uma correção.

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O suporte agora está em US$ 66,8. Uma perda deste nível seria o primeiro sinal de alerta para os otimistas e poderia desencadear uma correção em direção à faixa de US$ 65,10–65,50. Enquanto o Brent permanecer acima de 66,8, a tendência de curto prazo continua otimista.

O mercado entrou numa fase em que cada notícia positiva traz também uma ameaça potencial: o acordo com a China versus as sanções ao petróleo russo; a queda na produção dos EUA versus o aumento das exportações de Cazaquistão e Rússia. O equilíbrio é frágil, mas, por enquanto, o sentimento segue inclinado ao crescimento.

Gás natural: reversão ou falsa esperança?
Os futuros de gás natural dos EUA corrigiram até a média móvel de 200 períodos, em US$ 3,544, que pode servir de ponto de apoio para os otimistas, especialmente diante das previsões de clima quente e do aumento das exportações de GNL.

Segundo dados da EIA, o preço médio spot no Henry Hub deve chegar a US$ 4,00/MMBtu em 2025 e US$ 4,90 em 2026. Esse aumento reflete diretamente o desequilíbrio entre produção e exportações.

Nos próximos anos, os EUA devem continuar sua expansão agressiva no mercado global de gás, e esse fator — apesar das correções sazonais — pode sustentar a tendência de alta de longo prazo.

Análise técnica: Acima de US$ 3,544: abre caminho para testar a resistência em US$ 3,652. Rompimento acima de 3,652: potencial de alta rumo a US$ 3,74 e além.Queda abaixo de 3,544: cancela o cenário altista e eleva o risco de correção mais profunda.

Hoje, o sentimento do mercado é moldado pelos dados macroeconômicos dos EUA (IPC), pelos relatórios de estoques e pelos sinais políticos de Bruxelas e Londres. Petróleo e gás oscilam em níveis críticos — e cada nova manchete pode provocar tanto uma forte liquidação quanto um novo surto de alta.

Natalya Andreeva,
Analytical expert of InstaTrade
© 2007-2025

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