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O mercado está em compasso de espera. Com a decisão do Fed se aproximando e a crescente pressão política por dois flancos — monetário e geopolítico —, os participantes se preparam para uma possível mudança brusca de direção. Mais do que nunca, o essencial não é prever o movimento, mas entender o que irá desencadeá-lo. O fato é que, nas próximas 24 a 48 horas, a reação — e não o posicionamento prévio — será o ativo mais valioso.
Na manhã desta quarta-feira, os mercados despertam em estado de expectativa ansiosa. Os futuros do S&P 500 operam em torno de 5.990, enquanto o Nasdaq 100 gira próximo de 21.800. Após a queda acentuada da terça-feira, os investidores não demonstram pressa em retomar a alta. O S&P 500 recua 0,84%, o Nasdaq, 0,91%, e o Dow, 0,7%. O foco está totalmente voltado para a decisão de política monetária do Fed e, principalmente, para os sinais que a acompanham.
A expectativa majoritária é pela manutenção das taxas, mas, desta vez, os números importam menos que as palavras. Os comentários de Jerome Powell e as projeções econômicas atualizadas, incluindo o dot plot, poderão definir o tom não apenas para os próximos dias, mas para todo o verão.
A flexibilização poderá começar no outono? Ou o Fed manterá a política atual até 2025, apesar das tensões geopolíticas e da fragilidade da demanda do consumidor?
O contexto deste encontro é o mais complexo dos últimos meses. Donald Trump intensificou as tensões com o Irã. Em sua conta na Truth Social, exigiu uma "rendição incondicional" e ameaçou ataques diretos contra a cúpula do governo iraniano.
A resistência está na faixa de 6.025 a 6.035. Uma quebra acima desse nível — especialmente após a reunião do Fed — poderia reacender o impulso em direção a 6.070 e, eventualmente, 6.100. No entanto, sem uma sinalização clara de Powell, esse cenário permanece pouco provável.
O RSI oscila próximo da zona neutra, enquanto o MACD segue em trajetória de queda. No geral, o quadro técnico reflete um claro modo de espera: o mercado se sustenta, mas não consegue avançar.
O Nasdaq 100 volta a testar a região de 21.700 a 21.900, que tem atuado como zona-chave de suporte e resistência nas últimas semanas. Uma quebra abaixo de 21.650–21.500 poderia desencadear uma correção até a região de 21.300, onde há grandes aglomerados de volume formados em junho.
No cenário positivo, uma quebra acima de 21.950 abriria espaço para um teste em 22.100, embora, por enquanto, esse movimento pareça improvável.
Diante da elevada sensibilidade geopolítica, o setor de tecnologia, historicamente considerado mais sensível ao risco, pode sofrer pressão adicional se a retórica inflamada persistir.
Análise técnica
O S&P 500 está se aproximando do limite inferior de uma área de suporte importante. A zona de 5.950–5.930 é uma linha crítica para manter uma tendência de alta. A queda de terça-feira para 5.970 foi acompanhada por compras localizadas, mas até agora não produziu um sinal de reversão convincente.
A resistência está na faixa de 6.025 a 6.035. Uma quebra acima desse nível — especialmente após a reunião do Fed — poderia reacender o impulso em direção a 6.070 e, eventualmente, 6.100. No entanto, sem uma sinalização clara de Powell, esse cenário permanece pouco provável.
O RSI oscila próximo da zona neutra, enquanto o MACD segue em trajetória de queda. No geral, o quadro técnico reflete um claro modo de espera: o mercado se sustenta, mas não consegue avançar.
O Nasdaq 100 volta a testar a região de 21.700 a 21.900, que tem atuado como zona-chave de suporte e resistência nas últimas semanas. Uma quebra abaixo de 21.650–21.500 poderia desencadear uma correção até a região de 21.300, onde há grandes aglomerados de volume formados em junho.
No cenário positivo, uma quebra acima de 21.950 abriria espaço para um teste em 22.100, embora, por enquanto, esse movimento pareça improvável.
Diante da elevada sensibilidade geopolítica, o setor de tecnologia, historicamente considerado mais sensível ao risco, pode sofrer pressão adicional se a retórica inflamada persistir.
Cenário para os próximos dias
Cenário principal: O Fed mantém as taxas estáveis, mas acompanha a decisão com uma retórica moderadamente dovish. As projeções de inflação são revisadas ligeiramente para baixo, e o gráfico de pontos sugere um corte nas taxas no quarto trimestre.O mercado oscila inicialmente, mas depois se estabiliza, especialmente se as tensões geopolíticas permanecerem contidas. O S&P 500 retorna para a faixa de 6.030 a 6.050, enquanto o Nasdaq 100 volta a superar os 22.000 pontos.
Cenário alternativo:
O Fed adota uma postura hawkish, sinalizando uma pausa prolongada no ciclo de cortes. Dados mais fortes do que o esperado no mercado de trabalho ou no setor imobiliário reforçam os temores de adiamento no afrouxamento monetário. Powell destaca as incertezas, sem oferecer clareza suficiente.
Combinado à retórica cada vez mais agressiva de Trump, os mercados reagem negativamente. O S&P 500 recua para testar 5.930–5.910, e o Nasdaq 100 cai para a região de 21.500.
Cisne negro:
Em 48 horas, a situação no Oriente Médio se deteriora rapidamente — ataques, sanções e disparada no preço do petróleo. O baixo volume de negociações, devido ao feriado, amplifica a volatilidade. Nesse contexto, os índices ficam expostos a uma queda acentuada, especialmente em meio a um mercado já fragilizado e com liquidez reduzida antes do feriado.