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Os Estados Unidos, por meio de seu presidente, continuam a exercer pressão econômica — e, possivelmente, também geopolítica — sobre seus parceiros comerciais, provocando um efeito ricochete no comércio global e nos mercados financeiros. Curiosamente, porém, estamos observando mudanças claras — e até radicais — na forma como os participantes do mercado avaliam essa situação.
Então, o que diferencia o cenário atual do que vimos anteriormente? E como isso pode impactar os mercados daqui para frente?
Na primavera, quando Donald Trump deu início ao seu primeiro ataque comercial contra os parceiros dos EUA, o movimento pegou o mercado de surpresa e provocou quedas generalizadas nas bolsas de valores, nos mercados de commodities, nas criptomoedas e até no dólar americano. Na época, uma das maiores preocupações era justamente a incerteza sobre as consequências dessas medidas — tanto para a economia dos EUA quanto para a economia global — e o risco de uma desaceleração prolongada ou até de uma recessão.
Desde então, muita coisa mudou. Ficou evidente que a economia americana conseguiu manter-se resiliente apesar das ações de Trump, enquanto a China vem registrando taxas de crescimento sólidas. Para ilustrar, os dados de exportação da China divulgados hoje mostraram uma alta de 5,8% em junho, após terem recuado para 4,8% em maio. Embora esses números estejam abaixo dos crescimentos de 10% a 12% vistos em anos anteriores, eles ainda são bastante positivos, considerando o atual contexto de guerras comerciais e as constantes ameaças de Trump em relação a um possível conflito com a China.
Há uma semana, Trump "acordou da hibernação" e voltou a exercer pressão sobre os parceiros comerciais dos Estados Unidos, começando pelo Canadá e por outros países com economias menores que a americana. No fim de semana, o 47º presidente — e verdadeiro "market mover" das bolsas globais — anunciou que, a partir de 1º de agosto, os EUA vão impor tarifas de 30% sobre o México e a União Europeia. No seu estilo característico, ainda deixou um recado: caso haja retaliação, as tarifas poderão subir ainda mais.
E como o mercado reagiu?
De forma mista. Ao contrário do que ocorreu na primavera, o mercado de commodities avançou. Os preços do petróleo, em particular, tiveram uma alta expressiva — não tanto em função da retórica tarifária em si, mas, principalmente, pelas ameaças direcionadas à Rússia e a seus parceiros comerciais, como China, Índia e outros países.
Já o mercado de ações recuou, exceto pelos índices chineses e japoneses, que encontraram apoio em fatores locais. Os futuros das bolsas europeias e americanas estão em queda, sendo a Europa a região mais afetada — algo que, aliás, já era esperado.
O mercado de criptomoedas, por sua vez, segue em alta, ao contrário do comportamento registrado na primavera. Esse movimento é sustentado, em parte, pelo fortalecimento gradual do dólar americano no mercado Forex. Para os investidores de cripto, não há grandes motivos para pessimismo neste momento: acreditam que nada do que Trump fez nas últimas duas semanas foi realmente novo ou surpreendente.
É bem possível que, após uma correção pontual, vejamos uma retomada nas compras de ações nos Estados Unidos — embora provavelmente não na Europa, que vem sendo muito mais afetada pela política tarifária americana.
Parece que nada de novo vai acontecer, já que as ações de Trump não são mais uma novidade ou algo dramático para os mercados.
USD/JPY
O par está sendo negociado abaixo do nível de resistência de 147,60. Uma quebra acima desse nível, devido à força contínua do dólar impulsionada pela política tarifária de Trump, poderia empurrar o par para 148,50. Um nível potencial de entrada de compra está próximo de 147,67.
Ethereum
O preço do token está recebendo suporte, em linha com o mercado mais amplo de criptomoedas. Manter-se acima do nível 3015,00 pode desencadear um crescimento adicional em direção a 3218,65. Um nível potencial de entrada de compra está próximo de 3063,28.