Nesta terça-feira, o par EUR/USD está ganhando impulso positivo, recuperando-se de mais de duas semanas de quedas provocadas pela ameaça de Trump de impor novas tarifas. No sábado, Trump anunciou planos para aumentar as tarifas para 30% sobre produtos importados da União Europeia a partir de 1º de agosto, gerando temores de uma escalada no conflito comercial. Em resposta, os líderes europeus confirmaram sua intenção de continuar as negociações com os EUA na tentativa de chegar a um acordo antes do prazo final e também adiaram a implementação de medidas retaliatórias, alertando sobre possíveis ações futuras.

No entanto, na segunda-feira, Trump adotou um tom mais brando e sinalizou disposição para o diálogo. Durante um discurso na Casa Branca, mencionou o interesse da Europa em buscar um acordo alternativo, elevando as esperanças de se evitar uma guerra comercial global. Esse tom mais conciliador deu suporte ao euro e melhorou o apetite por risco nos mercados globais. Além disso, o enfraquecimento do dólar americano — tradicionalmente considerado uma moeda de refúgio — também contribuiu para o fortalecimento do par EUR/USD. A queda do dólar pode estar relacionada às expectativas em torno dos dados de inflação ao consumidor nos EUA, que serão divulgados durante a sessão norte-americana. O relatório do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) influenciará as projeções sobre um possível corte de juros pelo Federal Reserve, o que, por sua vez, poderá aumentar a demanda pela moeda americana e impactar a dinâmica de preços do par EUR/USD. Atualmente, o mercado estima cerca de 60% de probabilidade de um corte de juros pelo Fed em setembro, projetando um total de, no mínimo, 50 pontos-base de afrouxamento monetário até o fim do ano.

Dessa forma, dados de inflação mais fracos nos EUA poderiam elevar as expectativas de um corte iminente nos juros, exercendo pressão adicional sobre o dólar. Enquanto isso, o Banco Central Europeu pretende manter sua postura atual e pausar novos cortes na próxima reunião, apesar das preocupações com o impacto negativo das tarifas americanas sobre a economia da zona do euro. Isso sugere que qualquer reação do mercado a dados fortes de inflação nos EUA pode ser passageira e reforça o potencial de uma recuperação significativa do par EUR/USD.

Do ponto de vista técnico, o recente rompimento e fechamento abaixo da Média Móvel Simples (SMA) de 100 períodos no gráfico de 4 horas representa um importante sinal de tendência de baixa. Os osciladores nesse período mostram momento negativo.

Ao mesmo tempo, o Índice de Força Relativa (RSI 14) diário permanece acima do nível 50, e tanto o histograma quanto a linha de sinal do MACD seguem em território positivo, indicando possibilidade de um movimento acima do nível psicológico de 1,1700, em direção à próxima resistência importante, situada em torno de 1,1750. Uma recuperação sustentada poderia estender o movimento até 1,1800, e depois até a região de 1,1830 — máxima alcançada no início deste mês e maior nível desde setembro de 2021.

Por outro lado, a região entre 1,1650 e 1,1655, que corresponde às mínimas de várias semanas, atua atualmente como suporte, limitando quedas imediatas. Caso o par recue ainda mais, suporte adicional poderá ser encontrado próximo ao nível psicológico de 1,1600. Um rompimento abaixo desse patamar poderia desencadear uma intensificação da pressão vendedora. Neste cenário, o par EUR/USD poderia continuar sua trajetória de queda rumo à zona de 1,1535–1,1530, seguida pelo nível psicológico de 1,1500 e pelo suporte entre 1,1455–1,1450.