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Ontem, os índices de ações dos EUA fecharam mistos. O S&P 500 caiu 0,40%, enquanto o Nasdaq 100 ganhou 0,19%. O índice industrial Dow Jones teve uma queda acentuada de 0,98%.
Durante o pregão desta manhã, os futuros dos índices de ações caíram, já que os investidores reavaliaram as expectativas de cortes nas taxas de juros do Federal Reserve, após dados de inflação dos EUA que mostraram que as empresas estão começando a repassar alguns custos relacionados a tarifas para os consumidores. Os contratos futuros do S&P 500 caíram 0,3%. Os futuros europeus caíram depois que a ASML Holding NV alertou que a incerteza tarifária está obscurecendo as perspectivas. As ações asiáticas também foram negociadas em baixa. Os títulos do Tesouro se estabilizaram, com o rendimento de 30 anos ainda oscilando em torno da marca de 5%.
O presidente Donald Trump declarou que provavelmente imporá tarifas sobre produtos farmacêuticos até o final do mês. As tarifas sobre semicondutores também poderão ser aplicadas em breve, o que sugere que essas taxas de importação poderão entrar em vigor simultaneamente com as tarifas recíprocas mais amplas previstas para começar em 1º de agosto.
Esses anúncios provocaram intenso debate nos círculos econômicos, pois podem afetar setores inteiros e gerar medidas de retaliação por parte dos parceiros comerciais dos EUA. O setor farmacêutico, que já está sob pressão devido a questões de preços e acesso, poderá enfrentar ainda mais dificuldades, afetando tanto os consumidores quanto a inovação. Já a introdução de tarifas sobre semicondutores — componentes essenciais da eletrônica moderna — pode resultar em preços mais altos para aparelhos e equipamentos, além de interrupções nas cadeias de suprimentos. Isso é especialmente relevante em meio à atual escassez global de semicondutores, que já vem prejudicando diversos setores.
Ao mesmo tempo, os traders já precificaram uma probabilidade menor de que o Federal Reserve realize mais de um corte de juros este ano, e as chances de um corte em setembro agora são vistas como apenas um pouco acima de 50%. Embora os formuladores de políticas provavelmente precisem manter as taxas estáveis por algum tempo para conter completamente a inflação, também poderão ser forçados a adotar uma postura mais flexível caso a inflação e o mercado de trabalho comecem a enfraquecer.
Diante desse cenário, o mercado de títulos do Tesouro permanece sob pressão. Os temores em relação ao risco inflacionário, alimentados pelas tarifas e pelo aumento dos gastos governamentais em várias das maiores economias do mundo, têm deixado os investidores cada vez mais cautelosos.
Enquanto isso, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, declarou que o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, deverá deixar o Conselho de Governadores ao término de seu mandato, em maio de 2026. Circulam rumores de que Kevin Hassett, um dos principais assessores econômicos do presidente Donald Trump, está entre os nomes cotados para substituir Powell como presidente do Fed no próximo ano.
Quanto ao quadro técnico do S&P 500, a principal missão dos compradores hoje será romper a resistência mais próxima, em US$ 6.234. Esse movimento sinalizaria potencial de alta e abriria caminho para o próximo nível, em US$ 6.245. Um objetivo igualmente importante para os touros será conquistar o controle sobre o patamar de US$ 6.257, o que reforçaria ainda mais sua posição.
Por outro lado, caso haja um movimento de queda em meio à redução do apetite por risco, os compradores precisarão se posicionar firmemente na região de US$ 6.223. Um rompimento abaixo dessa área poderia empurrar o índice rapidamente de volta para US$ 6.211, abrindo espaço para um recuo até US$ 6.200.