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O mercado de ações dos Estados Unidos segue em consolidação pela segunda semana consecutiva, em meio a sinais contraditórios que continuam a ditar o ritmo dos movimentos nos mercados acionários neste cenário atual. O que está por trás dessa tendência?
Após uma forte recuperação iniciada no final de abril, o mercado acionário norte-americano passou as duas primeiras semanas de julho consolidando-se próximo das máximas históricas, influenciado por fatores divergentes. Vamos analisar esses elementos e tentar compreender o que se pode esperar no curto prazo.
Dois fatores principais influenciam claramente a dinâmica de todos os segmentos do mercado financeiro global — em especial o mercado de ações dos Estados Unidos.
O primeiro é a política interna e externa ambígua e pouco consistente do presidente Donald Trump, que parece estruturada em torno de um princípio central: a incerteza. O presidente norte-americano enfrenta dificuldades para implementar plenamente sua estratégia de usar táticas de pressão a fim de forçar os principais parceiros comerciais a cederem em pontos-chave. Enquanto isso, acordos comerciais menores não são suficientes para reequilibrar a balança comercial nem reduzir o elevado endividamento público. À luz do cenário atual, é provável que essa situação se prolongue ao longo de seu mandato.
O segundo fator é a falta de clareza quanto à possibilidade de retomada dos cortes nas taxas de juros por parte do Federal Reserve. Vale lembrar que a inflação ao consumidor nos Estados Unidos — principal indicador considerado pelo Fed na definição da política monetária — tem aumentado, afastando-se da meta de 2%. Nesse contexto, e dentro do atual arcabouço de política monetária, é improvável que o banco central promova cortes nas taxas. Esse elemento representa um risco relevante, a par da agenda "Make America Great Again" promovida por Trump.
Além disso, há um confronto aberto entre Trump e o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell. O presidente tem feito reiterados apelos por cortes nas taxas de juros para níveis próximos de 1%, ou até zero, mas o Fed, sob a liderança de Powell, tem rejeitado essa hipótese com base em justificativas técnicas. Ainda não está claro quem prevalecerá nesse embate, mas, por ora, o mercado acionário norte-americano mantém-se em consolidação, enquanto o dólar recebe suporte consistente. As expectativas de cortes nas taxas estão a ser postergadas para o final do ano e, caso a inflação continue em alta, é possível que os custos de financiamento não sejam reduzidos em 2025.
O que esperar dos mercados hoje?
O principal beneficiário dos fatores acima mencionados é o dólar americano, que continua a se fortalecer no mercado Forex, com o índice do dólar se aproximando da marca de 99,00. Se essa tendência continuar, o índice poderá atingir 100,00 até o final do mês.
Nesse contexto, podemos ver um aumento limitado nos índices de ações dos EUA, juntamente com uma ligeira queda nos preços do ouro. Assim como os índices de ações, espera-se que o metal amarelo permaneça dentro de uma faixa limitada por enquanto.
Em geral, o panorama geral do mercado pode ser descrito como moderadamente positivo.
O contrato de CFD sobre os futuros do S&P 500 está a ser negociado dentro de uma faixa lateral, em função dos fatores conflitantes mencionados anteriormente. O otimismo moderado que persiste no mercado pode impulsionar o índice rumo a uma nova máxima histórica, em torno dos 6.315,00. O nível de 6.276,06 pode servir como um ponto de entrada potencial para posições compradas.
O contrato de CFD sobre os futuros do NASDAQ 100 mantém-se em tendência de alta, apesar dos ventos contrários ainda presentes. É provável que retome gradualmente sua trajetória ascendente, com um possível alvo em 23.128,70. Um ponto de entrada potencial para posições compradas está no nível de 22.992,80.