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28.07.2025 05:43 PM
Os Estados Unidos e a União Europeia chegam a um difícil acordo comercial

O euro subiu frente ao dólar norte-americano após notícias de que os Estados Unidos e a União Europeia haviam chegado a um acordo difícil, segundo o qual a UE enfrentará tarifas de 15%. Embora o bloco europeu tenha pressionado por um limite de 10%, os 15% estão longe dos 30% ameaçados por Donald Trump — patamar que poderia ter causado uma forte queda no PIB da União Europeia.

Vale destacar que o acordo foi fechado a menos de uma semana do prazo final para a entrada em vigor das tarifas mais elevadas propostas por Trump. O entendimento foi rapidamente endossado por diversos líderes europeus, incluindo o chanceler alemão, Friedrich Merz, e a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, que o classificaram como "sustentável".

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Trump e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciaram o acordo no último domingo, em seu clube de golfe em Turnberry, na Escócia. No entanto, os detalhes completos ainda não foram divulgados e nenhum documento oficial foi publicado. A alíquota tarifária de 15% está prevista para entrar em vigor em 1º de agosto. "Este é o maior acordo de todos", afirmou Trump, enquanto von der Leyen acrescentou que o pacto traria estabilidade e previsibilidade. Ainda assim, a ausência de detalhes concretos levanta dúvidas quanto ao alcance, às isenções e aos mecanismos de aplicação. Especialistas alertam que será necessária uma análise aprofundada do texto final para avaliar o real impacto sobre os diversos setores da economia.

Apesar disso, o simples fato de se chegar a um acordo é visto como um passo importante para aliviar as tensões comerciais transatlânticas e criar condições mais favoráveis à cooperação econômica. Espera-se que a publicação dos documentos oficiais esclareça os termos do pacto e permita uma avaliação mais precisa de suas consequências de longo prazo.

Como resultado do acordo, as exportações da UE enfrentarão tarifas significativamente mais altas do que aquelas aplicadas pelo bloco europeu às importações dos EUA. Von der Leyen afirmou que o objetivo é reequilibrar o superávit comercial da UE com os Estados Unidos. No entanto, algumas concessões incluídas no pacto geraram descontentamento entre determinados setores industriais europeus. A principal entidade representativa da indústria alemã declarou que o acordo envia um sinal prejudicial às economias profundamente interconectadas de ambos os lados do Atlântico.

Von der Leyen e Trump também divergiram em alguns pontos-chave do acordo anunciado. Trump afirmou que as tarifas se aplicariam a carros e "todo o restante", com exceção de produtos farmacêuticos e metais.

Posteriormente, em uma coletiva de imprensa, a chefe do órgão executivo da UE declarou que a tarifa de 15% seria abrangente, não cumulativa com tarifas setoriais, e aplicável a produtos farmacêuticos, semicondutores e automóveis. Ela observou que as tarifas sobre metais seriam reduzidas e que seria introduzido um sistema de cotas. "Temos uma tarifa de 15% sobre produtos farmacêuticos. Qualquer decisão que o presidente dos EUA tome quanto à abordagem global para os medicamentos será tratada em um documento separado", afirmou von der Leyen, acrescentando que a alíquota geral não deve ser subestimada, mas que este era o melhor acordo possível.

A UE também concordou em comprar US$ 750 bilhões em energia dos Estados Unidos, investir mais US$ 600 bilhões na economia norte-americana além dos compromissos já existentes, abrir seus mercados ao comércio com os EUA com tarifa zero e adquirir uma quantidade substancial de equipamentos militares. Von der Leyen observou que as decisões sobre vinhos e destilados europeus ainda não foram finalizadas, mas que essa questão deve ser resolvida em breve.

Segundo economistas, sem o acordo, a tarifa média efetiva de importação dos EUA subiria para quase 18% até 1º de agosto, ante os atuais 13,5%. Com o novo pacto, essa média será reduzida para 16%.

Como já mencionado, o acordo não se aplica às exportações de aço e alumínio da UE, que continuarão sujeitas a tarifas de 50%. Por outro lado, os produtos do setor aeroespacial permanecerão isentos. As autoridades também discutiram os termos de um sistema de cotas para importações de aço e alumínio, que aplicaria uma tarifa reduzida até determinado limite, com alíquota padrão de 50% para volumes que ultrapassarem esse teto.

Só o tempo dirá quais serão os desdobramentos do novo acordo comercial entre a UE e os EUA, mas, por ora, operadores e investidores reagiram positivamente, como refletido nos mercados cambial e acionário.

No cenário técnico atual do EUR/USD, os compradores precisam se concentrar na recuperação do nível de 1,1760. Só após isso um teste da zona de 1,1790 se tornará viável. A partir daí, um movimento em direção a 1,1825 é possível, embora difícil sem o apoio de grandes participantes do mercado. O objetivo mais distante é o topo de 1,1860. Em caso de recuo, espera-se um interesse de compra mais robusto apenas na região de 1,1730. Se não houver atividade nesse nível, o mais prudente seria aguardar um novo teste da mínima em 1,1710 ou considerar posições compradas a partir de 1,1680.

Quanto ao quadro técnico do GBP/USD, os compradores da libra precisam romper a resistência mais próxima em 1,3450. Só assim será possível uma tentativa de alta até 1,3475, embora superar esse patamar possa ser desafiador. O alvo final está em 1,3500. Em caso de recuo, os vendedores tentarão retomar o controle na região de 1,3410. Uma quebra dessa faixa representaria um duro golpe para os compradores e poderia levar o par GBP/USD de volta à mínima de 1,3380, com possibilidade de extensão até 1,3350.

Jakub Novak,
Analytical expert of InstaTrade
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