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Os mercados financeiros voltam a ser assombrados pelo fantasma da estagflação. O subíndice de emprego do ISM de Serviços recuou pela quinta vez em seis meses, enquanto o índice de preços disparou para o maior nível desde 2022. A atividade empresarial no setor de serviços dos EUA sugere estagnação econômica, e os investidores finalmente começam a perceber. É possível que se arrependam de ter comprado na baixa do S&P 500.
Antes da divulgação do relatório de emprego de julho nos EUA, os índices acionários vinham ignorando tanto as ameaças tarifárias de Donald Trump quanto a relutância do Federal Reserve em cortar juros. A economia americana parecia sustentada por bases sólidas — o bastante para impulsionar o S&P 500 a novas máximas históricas. No entanto, o arrefecimento do mercado de trabalho mudou esse cenário.
O índice amplo de ações agora reage com nervosismo às novas ameaças da Casa Branca de impor tarifas sobre importações vindas da Índia, em retaliação pelas compras de petróleo russo. Os planos incluem sobretaxas de até 250% sobre produtos farmacêuticos.
Nem mesmo o crescente otimismo dos investidores com possíveis cortes de juros por parte do Fed tem sido suficiente para sustentar os mercados. Os contratos futuros agora precificam uma probabilidade de 48% para três cortes de juros ainda em 2025 — essencialmente, um corte por reunião restante do FOMC neste ano. Curiosamente, uma análise da Jefferies mostra que, desde 1990, o S&P 500 com pesos iguais supera o índice tradicional durante ciclos de afrouxamento monetário, sugerindo que os líderes da alta anterior — os chamados "Sete Magníficos" — podem em breve ser superados por ações de menor capitalização.
Os investidores também demonstram fadiga em relação à temporada de balanços, tradicionalmente vista como um catalisador positivo. Por um lado, os resultados do segundo trimestre superaram as estimativas do consenso de Wall Street em 9,1% — a maior margem desde 2021. Por outro, as expectativas já eram baixas, e as companhias que desapontam estão sendo duramente penalizadas com fortes liquidações.
Quem, nesse cenário, iria querer manter ativos dos EUA? A saída de capitais em direção à Europa e a outras regiões poderia desencadear uma onda de vendas generalizadas no S&P 500.
Do ponto de vista técnico, o gráfico diário do S&P 500 mostra uma quebra confirmada abaixo do suporte-chave em 6315, abrindo espaço para posições vendidas. Uma queda adicional abaixo de 6285 e da zona de valor justo em 6260 fortaleceria o argumento para ampliar essas posições.