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O padrão de ondas no gráfico de 4 horas do EUR/USD permanece estável há vários meses, o que é bastante encorajador. Mesmo com a ocorrência de formações corretivas, a estrutura geral se mantém intacta, fator que permite previsões relativamente confiáveis. É importante lembrar, porém, que os padrões de ondas nem sempre seguem à risca os modelos clássicos descritos nos manuais.
A tendência de alta segue em desenvolvimento, e o ambiente noticioso tem, em geral, favorecido moedas que não o dólar. A guerra comercial iniciada por Donald Trump visava aumentar a arrecadação e reduzir o déficit comercial dos EUA, mas esses objetivos ainda estão longe de ser atingidos. A chamada "Grande Lei" de Trump deverá acrescentar cerca de 3 trilhões de dólares à dívida pública americana, enquanto o presidente segue elevando e impondo tarifas. Apesar de o PIB ter crescido 3% no segundo trimestre, o mercado continua cético em relação aos primeiros seis meses de sua gestão.
Neste contexto, há indícios de que a onda 4 foi concluída. Se essa hipótese se confirmar, a formação da onda de impulso 5 já está em andamento, com alvos projetados na região de 1,25. Naturalmente, a onda 4 ainda pode se desdobrar em uma estrutura corretiva mais longa, composta por cinco sub-ondas, mas no momento o cenário mais provável é o de retomada do movimento ascendente.
O par EUR/USD registrou uma leve queda nesta quinta-feira, mas o dólar continua devolvendo a vantagem acumulada no último mês e meio. Essa correção local parece meramente técnica e não altera a tendência de fundo. O que realmente pesa é o volume e a intensidade das notícias, que vêm movimentando fortemente o mercado nas últimas semanas.
Na sexta-feira passada, dados decepcionantes em todos os principais indicadores dos EUA abalaram o sentimento dos investidores. Já nesta semana, Trump voltou a subir tarifas e, ao mesmo tempo, declarou apoio a um acordo de paz na Ucrânia. Como o mercado deve reagir diante dessa ambiguidade? Nos últimos seis meses, ele tem respondido com um sinal claro: novas tarifas significam inflação, aumento de custos e interrupções nas cadeias de suprimento — o que pressiona a economia global. E como a raiz desses desequilíbrios está nos Estados Unidos, a demanda por dólares continua em queda.
Também nesta semana, Trump iniciou uma nova rodada de tarifas, desta vez direcionadas à Índia, aumentando ainda mais a tensão na guerra comercial. Ele exige que Nova Délhi interrompa a compra de petróleo e gás russos, sob o argumento de que esses recursos financiam a guerra na Ucrânia. No entanto, torna-se cada vez mais evidente que o conflito serve apenas como justificativa. O objetivo real de Trump parece ser forçar o mundo a comprar energia, armas, bens e matérias-primas dos EUA. Qualquer pretexto serve quando o foco é redirecionar o fluxo global de comércio em benefício da economia americana.
Hoje, foi divulgado que o enviado especial de Trump se reuniu com Vladimir Putin, e há expectativa de um encontro presencial entre Trump, Putin e possivelmente Zelensky em breve. O conflito na Ucrânia pode estar próximo de uma resolução, e Trump parece estar trabalhando ativamente para isso. Mas se o governo americano está de fato empenhado em negociar a paz, por que continua pressionando a Rússia por meio da Índia? A resposta parece simples: lucro. No fim das contas, trata-se de negócios.
Com base na análise do EUR/USD, concluo que o par continua a formar seu segmento de tendência de alta. A estrutura da onda permanece altamente dependente do fluxo de notícias ligadas às decisões de Trump e à política externa dos EUA. A faixa-alvo para essa tendência pode se estender até o nível 1,25. Assim, continuo a favorecer posições de compra, visando 1,1875 (que corresponde ao nível de Fibonacci de 161,8%) e superior. Podemos presumir que a onda 4 tenha sido concluída, tornando este um momento favorável para compras.