Veja também
No início da semana, parecia que mais membros do Federal Reserve estavam adotando uma postura mais branda em relação ao futuro das taxas de juros. Entretanto, ontem, aqueles que discordam desse ponto de vista se fizeram ouvir.
O presidente do Federal Reserve de Atlanta, Raphael Bostic, afirmou em um discurso que ainda considera provável um corte na taxa de juros em 2025, reiterando que há motivos para questionar a ideia de que os efeitos inflacionários das tarifas serão apenas temporários. "A questão é se as tarifas são uma medida pontual ou se terão consequências mais duradouras, podendo até desencadear mudanças estruturais. Essa é atualmente a principal questão que enfrentamos", disse Bostic na quinta-feira durante uma discussão virtual promovida pelo Florida Institute of CFOs.
A declaração reflete a incerteza persistente sobre os rumos da inflação e do crescimento econômico nos Estados Unidos. Embora a economia continue mostrando sinais de resiliência, o mercado de trabalho tem demonstrado enfraquecimento. A inflação vem desacelerando, mas ainda permanece acima da meta de 2% do Fed. Além disso, tensões geopolíticas e disputas comerciais seguem adicionando riscos ao cenário macroeconômico.
Nesse contexto, o Federal Reserve enfrenta o desafio de equilibrar o controle da inflação com a sustentação do crescimento econômico. Uma eventual redução nas taxas de juros poderia impulsionar a atividade, mas também apresenta o risco de reacender pressões inflacionárias. Por outro lado, a manutenção das taxas atuais pode contribuir para a desaceleração econômica, o que ajudaria a conter os preços, mas poderia afetar o mercado de trabalho.
O ceticismo de Bostic em relação à transitoriedade da inflação ligada às tarifas sugere preocupações com a possibilidade de que disputas comerciais resultem em mudanças estruturais na economia global, elevando custos de forma mais duradoura. Diante disso, o Fed deve adotar uma postura cautelosa, acompanhando de perto os dados econômicos antes de implementar qualquer mudança na política monetária. Qualquer decisão sobre cortes dependerá de sinais consistentes de desaceleração da inflação em direção à meta, além de uma avaliação contínua dos riscos à atividade econômica.
Bostic também destacou que há razões para duvidar de que as tarifas atualmente em vigor se enquadrem no modelo clássico de medidas que geram apenas um impacto inflacionário pontual.
Na semana passada, a Reserva Federal optou por manter a taxa básica de juros inalterada. O presidente da instituição, Jerome Powell, declarou que o mercado de trabalho permanece estável, apesar de alguns riscos, e indicou que novas informações sobre inflação e emprego serão consideradas antes da próxima reunião de política monetária em setembro. No entanto, dados divulgados posteriormente indicaram sinais de desaceleração mais claros. As estatísticas mais recentes revelaram que o crescimento do emprego nos últimos três meses foi revisado para baixo e que os gastos do consumidor continuaram a cair, aumentando as dúvidas sobre a trajetória da economia nos próximos meses.
Bostic disse que o relatório de emprego foi inesperado e que sua revisão refletiu instabilidade na economia. No entanto, ele acrescentou que há motivos para acreditar que os fundamentos econômicos permanecem sólidos.
Cenário técnico do EUR/USD: Os compradores agora precisam garantir o nível de 1,1690. Só então poderão mirar em um teste de 1,1730. A partir daí, o caminho se abre para 1,1760, embora avançar sem o apoio dos principais participantes seja um desafio. O alvo final permanece o topo em 1,1800. Em caso de queda, espera-se uma atividade de compra significativa apenas próximo de 1,1655. Se não surgirem compradores nesse ponto, o mais prudente será aguardar um novo teste da mínima em 1,1610 ou considerar posições compradas a partir de 1,1565.
Cenário técnico do GBP/USD: Os compradores da libra precisam romper a resistência mais próxima em 1,3450. Só então poderão mirar em 1,3475, nível acima do qual será difícil avançar. O alvo final da alta seria 1,3502. Se o par cair, os vendedores tentarão retomar o controle em 1,3405. Caso consigam, uma quebra dessa faixa causará um sério golpe nas posições dos compradores, empurrando o GBP/USD em direção à mínima de 1,3375, com potencial para alcançar 1,3350.