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Os índices asiáticos recuaram 0,4%, pressionados pelo risco de alta de juros pelo Banco do Japão. Os futuros do S&P 500 caíram 0,2%, após o índice ter fechado em nível recorde na quarta-feira. Na Europa, os principais índices acionários também apontam para uma abertura mais fraca.
O Bitcoin renovou recorde, enquanto o ouro avançou. Já o dólar perdeu força depois que Bessent pediu ao Federal Reserve maior flexibilização da política monetária. Suas declarações sobre a necessidade de o Banco do Japão elevar as taxas representam um raro exemplo de crítica direcionada a um banco central estrangeiro. Em entrevista à Bloomberg na quarta-feira, o secretário do Tesouro dos EUA também aumentou a pressão sobre o Fed, fazendo seu apelo mais direto até agora para que os formuladores de política iniciem um ciclo de cortes. Essa franqueza sem precedentes provocou intenso debate entre especialistas, levantando dúvidas sobre a independência dos bancos centrais e a adequação da interferência política nas decisões monetárias.
O comentário foi feito em meio à desaceleração do crescimento econômico e ao aumento das preocupações com a resiliência do mercado de trabalho norte-americano. O secretário do Tesouro justificou sua posição ao destacar a necessidade de estimular a atividade e evitar uma possível recessão. Na sua visão, juros mais baixos reduziriam o custo do crédito para empresas e consumidores, incentivando investimento e consumo. Bessent sugeriu que a taxa básica do Fed deveria estar ao menos 1,5 ponto percentual abaixo do nível atual, acrescentando que cortes já poderiam ter ocorrido se os dados revisados do mercado de trabalho tivessem sido divulgados antes da última reunião.
No mês passado, o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), liderado por Jerome Powell, manteve a taxa básica entre 4,25% e 4,5%. Hoje será divulgado o Índice de Preços ao Produtor (PPI), que fornecerá informações adicionais sobre os componentes que alimentam o índice de Despesas de Consumo Pessoal (PCE), a medida de inflação preferida pelo Fed, com divulgação prevista ainda neste mês.
Paralelamente, o presidente dos EUA, Donald Trump, que também tem criticado a postura restritiva do Fed, afirmou que poderá anunciar o nome do próximo presidente do banco central antes do previsto, mencionando três ou quatro candidatos em sua lista.
No cenário geopolítico, as tensões seguem elevadas. Trump alertou que tomará medidas "muito sérias" caso Vladimir Putin não aceite um acordo de cessar-fogo durante a reunião marcada para amanhã no Alasca.
Quanto à análise técnica do S&P 500, a principal tarefa para os compradores hoje será romper o nível de resistência mais próximo em $6.457. Isso sustentaria um crescimento adicional e abriria caminho para um avanço em direção a $6.473. Igualmente importante para os touros será manter o controle sobre $6.490, o que fortaleceria sua posição. Caso o preço caia devido a uma redução no apetite ao risco, os compradores devem intervir em torno de $6.441. Um rompimento abaixo desse nível empurraria rapidamente o instrumento de volta para $6.428 e abriria caminho em direção a $6.414.