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O padrão de ondas no gráfico de 4 horas do EUR/USD permanece inalterado há vários meses, um sinal encorajador para quem acompanha a análise técnica. Mesmo durante a formação de ondas corretivas, a estrutura geral continua íntegra, o que permite previsões com alto grau de precisão. É importante lembrar, no entanto, que os padrões de ondas nem sempre se manifestam de forma idêntica aos exemplos encontrados nos manuais.
A tendência de alta segue em desenvolvimento, apoiada por um cenário de notícias amplamente desfavorável ao dólar norte-americano. A guerra comercial iniciada por Donald Trump continua, assim como o confronto com o Federal Reserve, enquanto as expectativas dovish ganham força. A "One Big Law" proposta por Trump deverá aumentar a dívida pública dos EUA em 3 trilhões de dólares, ao mesmo tempo em que o presidente insiste em elevar tarifas e introduzir novas barreiras comerciais. Não por acaso, a avaliação de mercado sobre seus primeiros seis meses no cargo é considerada baixa, apesar do crescimento econômico de 3% registrado no segundo trimestre.
No momento, há indícios de que a onda 4 foi concluída. Se esse cenário se confirmar, iniciou-se a formação da onda impulsiva 5, que pode levar o par a níveis próximos de 1,25. Existe, é claro, a possibilidade de que a onda corretiva 4 assuma uma estrutura mais longa, de cinco ondas, mas sigo considerando o cenário altista como o mais provável.
No front fundamental, as notícias recentes foram limitadas, mas a pressão sobre o dólar persiste. Na quinta-feira, o EUR/USD recuou cerca de 40 pontos-base, em meio a um movimento de preços relativamente contido. O euro foi impactado pelas estatísticas da União Europeia, novamente fracas. O PIB do segundo trimestre deve crescer apenas 0,1% em relação ao trimestre anterior, enquanto a produção industrial de junho caiu 1,3% mês a mês. Embora os números anuais mostrem leve melhora de 1,4% para o PIB e 0,2% para a produção industrial, o avanço ainda é modesto e insuficiente para sustentar um otimismo mais robusto.
No campo comercial, a União Europeia conseguiu evitar tarifas ainda mais severas dos EUA, mas não escapou completamente. O acordo com Donald Trump inclui uma tarifa de 15% sobre todas as importações destinadas ao mercado americano, além de investimentos obrigatórios na economia dos EUA e a exigência de compras de petróleo e gás americanos. O pacto, portanto, favorece muito mais Washington do que Bruxelas. Apesar de o BCE ter reduzido as taxas para níveis considerados "neutros", a expectativa de aceleração econômica e de recuperação industrial na Europa continua limitada.
Mesmo assim, esses fatores não são os que mais pesam no comportamento do euro. A principal força vem do enfraquecimento da demanda global pelo dólar, pressionado pelas políticas protecionistas de Trump, pela guerra comercial e pela ingerência política sobre o Bureau of Statistics e o Federal Reserve. A confiança internacional no governo dos EUA e em sua moeda vem caindo, o que abre espaço para novas valorizações do euro. A estrutura de ondas da tendência de alta ainda não está concluída e, por isso, sigo projetando movimentos adicionais de apreciação no EUR/USD.
Com base na análise do EUR/USD, o par continua formando uma seção de tendência de alta. O padrão de ondas permanece altamente dependente do contexto de notícias relacionadas às decisões de Trump e à política externa dos EUA. Os alvos da tendência podem se estender até o nível de 1,25. Portanto, continuo considerando posições longas com alvos em torno de 1,1875, que corresponde ao nível de Fibonacci de 161,8%, e acima. Presumo que a onda 4 já tenha sido concluída, tornando este um bom momento para comprar.