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Os índices asiáticos registraram leves ganhos após investidores aproveitarem a correção para estabilizar o Nasdaq 100 no fim da sessão de ontem. Ainda assim, o sentimento permanece cauteloso antes do encontro do Federal Reserve em Jackson Hole. O mercado aguarda o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, que deve trazer sinais sobre a trajetória da inflação e das taxas de juros. Cada palavra será analisada em busca de pistas sobre a postura da autoridade monetária e seus impactos no crescimento econômico.
O MSCI Asia Pacific Technology avançou 0,1%, interrompendo quatro dias de quedas, apoiado pela valorização da Taiwan Semiconductor Manufacturing Co. e da Samsung Electronics Co.. Os futuros das ações nos EUA e na Europa mostraram pouca variação, enquanto o índice do dólar subiu 0,1%. O petróleo manteve-se firme após a queda dos estoques norte-americanos, e os rendimentos dos Treasuries se estabilizaram depois dos fortes ganhos da véspera. Já no mercado asiático, o rendimento dos títulos públicos de 20 anos do Japão atingiu o nível mais alto desde 1999, enquanto os papéis de 30 anos da China chegaram ao maior patamar desde dezembro, acompanhando o rali das ações locais.
As ações de tecnologia, em especial as de grandes companhias, seguem sob pressão após duas sessões negativas. O forte rali desde abril levanta preocupações de que os preços tenham subido rápido demais. Com os banqueiros centrais reunidos em Jackson Hole, os investidores mantêm posição defensiva, aguardando os comentários de Powell para redefinir as apostas sobre juros.
Essa postura mantém as ações com viés de baixa, já que as avaliações esticadas aumentam o risco de decepção caso Powell não sinalize uma guinada mais acomodatícia. Um discurso mais hawkish do que o esperado poderia deflagrar uma rápida onda de vendas.
O S&P 500 acumula agora quatro quedas consecutivas, apesar da recuperação a partir das mínimas intradiárias. Embora a maioria dos componentes tenha fechado em alta, analistas alertam que a forte concentração em gigantes de tecnologia deixa o mercado mais amplo vulnerável a recuos mais profundos.
Enquanto isso, a ata da reunião do FOMC de 29 e 30 de julho mostrou que a maioria dos funcionários do Fed considera que os riscos da inflação superam as preocupações com o mercado de trabalho. Embora reconheçam as preocupações com o aumento da inflação e a fraqueza do mercado de trabalho, a maioria dos formuladores de políticas considerou a inflação como o risco mais urgente.
Perspectiva técnica para o S&P 500: Para os otimistas, o alvo imediato é romper a resistência em US$ 6.403, o que poderia abrir caminho para US$ 6.414. Um impulso acima de US$ 6.428 fortaleceria ainda mais o controle dos compradores. No lado negativo, caso o apetite pelo risco enfraqueça, os compradores devem defender US$ 6.394. Uma quebra abaixo desse nível poderia rapidamente arrastar o índice de volta para US$ 6.385 e, potencialmente, US$ 6.373.