O par está em uma tendência lateral e também pode reverter para baixo, direcionando-se ao nível de 147,00. O nível de 148,62 pode servir como ponto de venda.
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O dólar norte-americano continua a ignorar os cortes de juros esperados pelo mercado após a reunião do FOMC de 17 de setembro. Ao mesmo tempo, os preços do ouro dispararam para um novo recorde histórico. O que está acontecendo e o que os investidores devem esperar?
Comecemos pelos mercados acionários, principalmente nos Estados Unidos. Nos dois primeiros dias de setembro, observou-se uma dinâmica negativa, em meio à renovação das preocupações de que a política tarifária de Donald Trump não está alcançando os resultados pretendidos — sobretudo em relação à China e à Índia, que ignoraram as ameaças do presidente dos EUA de aumentar as tarifas de importação. Os participantes do mercado começaram a enxergar esses países como desafios econômicos centrais para os EUA, o que pode minar toda a estrutura da atual política tarifária, voltada, na prática, para "extrair vantagens" dos países que se submetem à América, tudo em nome de reforçar a hegemonia global de Washington.
Além disso, o clima negativo em torno do processo antitruste contra o Google e a Alphabet também pesou sobre o apetite dos investidores por ações. No entanto, a decisão judicial surpreendeu: a empresa não foi obrigada a vender seu navegador Chrome, mas recebeu outras exigências que ainda podem enfraquecer sua posição no futuro. O mercado reagiu a essa notícia com alta de até 7% nas ações da companhia após o fechamento.
Nessa onda de otimismo, os futuros do S&P 500 e do NASDAQ 100 vêm subindo, melhorando o sentimento dos investidores na Europa.
Nesse cenário, o dólar norte-americano segue firme frente às principais moedas. O índice ICE tem se mantido de forma consistente em uma faixa relativamente estreita de 97,50 a 98,65 há um mês.
O que está sustentando o dólar, mesmo diante da alta probabilidade de que o Fed reduza os juros em sua próxima reunião?
Observa-se que a fraqueza das economias cujas moedas estão atreladas ao dólar contribui para a percepção de "força" da moeda norte-americana. Recentemente, os acontecimentos demonstraram como Trump conseguiu pressionar países do bloco ocidental da economia global — incluindo o Japão — a fazer concessões econômicas significativas aos Estados Unidos, como a implementação de tarifas alfandegárias e compromissos de investir grandes recursos financeiros na economia americana.
Nesse contexto, mesmo um corte de juros pelo Fed, já amplamente precificado pelo mercado, pode não prejudicar de forma significativa o dólar no câmbio.
E sobre o ouro?
O ouro está disparando em valor, sustentado tanto pelos cortes de juros esperados do Fed quanto pelo aumento do pânico no Ocidente em relação à aliança econômica e política entre Rússia, China e Índia. Essas preocupações são vistas como riscos de um novo conflito global, mantendo o metal no papel de ativo de refúgio.
O que podemos esperar dos mercados hoje?
Acredito que a força do dólar será limitada. Relatórios fracos do mercado de trabalho, tanto da ADP quanto do Departamento do Trabalho dos EUA, devem pressionar a moeda. O ouro pode fazer uma pausa em sua alta, enquanto as ações têm potencial de subir, impulsionadas pelas notícias sobre o Google e a Alphabet.
De forma geral, considero o quadro do mercado moderadamente positivo.
O par está sendo negociado dentro da faixa de 1,1580–1,1735. Ele pode apresentar uma queda local e, em seguida, diante de notícias fracas sobre o mercado de trabalho dos EUA, reverter para cima e se dirigir ao nível de 1,1735. O nível de 1,1590 pode servir como ponto de compra.
O par está em uma tendência lateral e também pode reverter para baixo, direcionando-se ao nível de 147,00. O nível de 148,62 pode servir como ponto de venda.