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23.09.2025 02:43 PM
O dólar americano ignorou as declarações cautelosas dos responsáveis da Reserva Federal.

Ontem, chamou a atenção uma entrevista com Loretta Hammack, presidente do Banco da Reserva Federal de Cleveland. Ela afirmou que continua a acompanhar de perto a inflação e que os responsáveis políticos devem ser cautelosos quanto à redução das taxas de juro, para evitar o sobreaquecimento da economia. Este comentário foi bastante surpreendente, especialmente após a redução das taxas de juro pela Reserva Federal na semana passada.

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Hammack destacou que, apesar da recente desaceleração no crescimento do emprego, o mercado de trabalho segue estável, refletido nos baixos níveis de demissões e desemprego. Já a inflação, que permanece acima da meta de 2% do Fed há mais de quatro anos, pode ainda demorar alguns anos para convergir ao objetivo.

Suas declarações destoaram do tom predominante de afrouxamento monetário, gerando intenso debate entre analistas e investidores. O mercado interpretou os comentários da presidente do Fed de Cleveland como um sinal de que o ritmo dos futuros cortes de juros pode desacelerar. Isso trouxe volatilidade aos mercados acionários e sustentou temporariamente o dólar americano.

"Devemos ter muita cautela ao retirar as restrições da política monetária", disse Hammack na segunda-feira, durante um painel moderado no Federal Reserve Bank de Cleveland. "Me preocupo que, se abandonarmos essas restrições, a economia possa voltar a superaquecer."

O ponto central de suas falas foi o foco nas pressões inflacionárias persistentes. Em meio à guerra tarifária e ao ambiente econômico global imprevisível, conter a inflação segue sendo prioridade máxima para o Fed. Cortes de juros, por um lado, estimulam o crescimento, mas, por outro, aumentam o risco de aceleração inflacionária, o que poderia exigir uma política ainda mais restritiva no futuro. O equilíbrio entre esses dois objetivos continua sendo o maior desafio da instituição.

Atualmente, o Fed discute até onde reduzir os custos de empréstimo em 2025, após o corte de 0,25 ponto percentual da semana passada, o primeiro desde dezembro. Alguns membros estão cada vez mais atentos aos riscos no mercado de trabalho, enquanto outros concentram-se sobretudo no impacto das tarifas e de outras medidas que podem manter a inflação acima da meta.

Segundo Hammack, a política monetária agora está "muito moderadamente" restritiva, com as taxas próximas do nível neutro — que não estimula nem freia o crescimento. "Acredito que o mercado de trabalho ainda está em boa forma, mas estou muito preocupada com a situação inflacionária", reforçou.

No mercado cambial, as declarações tiveram impacto limitado.

Perspectiva técnica para o EUR/USD: os compradores precisam retomar o nível de 1,1820 para possibilitar um teste em 1,1850. A partir daí, o par poderia mirar 1,1882, embora seja improvável alcançar esse patamar sem o apoio dos grandes players. O alvo final está em 1,1920. Em caso de queda, espera-se forte interesse comprador próximo de 1,1785. Se não houver demanda nesse nível, o melhor seria aguardar um teste da mínima em 1,1760 ou considerar novas posições compradas a partir de 1,1725.

Perspectiva técnica para o GBP/USD: para os compradores da libra, a chave é romper a resistência em 1,3540. Somente acima desse patamar será possível mirar 1,3565 e, depois, 1,3605. Caso o par recue, os vendedores devem tentar assumir o controle em 1,3490. Um rompimento consistente abaixo desse nível representaria um golpe significativo para os compradores e poderia levar o par a 1,3455, com chance de estender a queda até 1,3415.

Jakub Novak,
Analytical expert of InstaTrade
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