Hoje, o ouro corrige após ter alcançado ontem uma nova máxima histórica, em meio ao fortalecimento do dólar norte-americano. A moeda dos EUA se recupera de dois dias de queda após comentários do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, que buscou moderar as expectativas de cortes rápidos nas taxas de juros. Powell destacou que o Fed precisa equilibrar os riscos de inflação elevada e de enfraquecimento do mercado de trabalho ao definir sua política monetária. Ele também ressaltou que um afrouxamento muito rápido poderia deixar o combate à inflação incompleto e exigir ajustes posteriores. Essas declarações deram suporte ao dólar, após sua recente queda a partir de uma máxima semanal, e limitaram a valorização dos metais preciosos.

No campo econômico, a atenção deve se voltar para os próximos dados dos EUA, incluindo a leitura final do PIB do segundo trimestre e os pedidos de bens duráveis na quinta-feira, além do índice de preços de Despesas de Consumo Pessoal (PCE), principal indicador de inflação do Fed, que será divulgado na sexta-feira. Esses elementos podem ter impacto significativo sobre a trajetória do dólar e do par XAU/USD no curto prazo.

Do ponto de vista técnico, a recente valorização acelerada dos metais preciosos ignorou sinais de sobrecompra, enquanto o ressurgimento do interesse comprador durante recuos intradiários sugere que a tendência de curto prazo permanece altista. Por outro lado, o recuo de ontem antes do nível psicológico de 3800 já mostra os primeiros sinais de perda de fôlego da pressão compradora. Nesse cenário, novas vendas abriram espaço para uma movimentação em direção ao suporte na faixa de 3710–3700. Essa zona deve funcionar como uma base sólida para o ouro; no entanto, uma quebra consistente abaixo dela pode gerar perdas mais acentuadas.

Assim, antes de confiar na continuidade da tendência de alta que persiste há um mês, é essencial aguardar por um rompimento sustentado e consolidação acima do nível de 3800.