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Choque tarifário enfraquece a liderança dos EUA e fortalece a posição global da China

Choque tarifário enfraquece a liderança dos EUA e fortalece a posição global da China

As tarifas impostas pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pegaram de surpresa o líder chinês Xi Jinping — e seus efeitos vão muito além das fronteiras americanas. Segundo análise do jornal Wall Street Journal, essas medidas abalaram a confiança global na previsibilidade dos EUA, lançando dúvidas sobre sua credibilidade como potência econômica. “A reputação dos EUA como parceiro confiável está em xeque — e não se sabe quando, ou se, será restaurada”, destaca o jornal.

Especialistas da Bloomberg já haviam alertado para possíveis efeitos colaterais internos, como a escassez de produtos no mercado americano. As tarifas sobre importações chinesas foram implementadas justamente em um período crítico para o varejo — entre março e abril —, quando os lojistas começam a abastecer os estoques para as vendas de volta às aulas e fim de ano.

O Wall Street Journal adverte que subestimar o alcance dessas medidas seria um erro. O impacto extrapola o território americano e enfraquece a posição dos EUA como líder econômico global. Enquanto isso, a China tem aproveitado a instabilidade para estreitar laços com antigos aliados de Washington — uma movimentação vista por analistas como um ganho estratégico para Xi Jinping.

No campo político, os efeitos também são significativos. Especialistas apontam que esse “choque tarifário” pode representar um entrave real às pretensões de Trump de retornar à Casa Branca. Embora parte do eleitorado ainda se recorde com otimismo do desempenho econômico em seu primeiro mandato, analistas afirmam que sua insistência em políticas comerciais agressivas vem produzindo efeitos adversos. “Se essa estratégia não mudar, a reeleição estará em risco”, concluem.

No início de abril, Trump assinou uma ordem impondo tarifas recíprocas sobre importações de diversos países. A alíquota base foi fixada em 10%, mas 57 nações passaram a enfrentar taxas ainda mais altas, calculadas com base no déficit comercial bilateral com os EUA. Ainda assim, segundo o próprio ex-presidente, mais de 75 países optaram por não retaliar e pediram negociações. Por isso, a tarifa de 10% permanecerá válida por 90 dias — com exceção da China.

Com o agravamento da guerra comercial, os EUA impuseram uma tarifa adicional de 125% sobre produtos chineses. Pequim respondeu na mesma medida, aplicando a mesma taxa sobre mercadorias americanas. Além disso, os EUA já haviam adotado uma tarifa extra de 20% contra a China, sob a justificativa de que o governo chinês falhou em conter o tráfico de drogas.

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