Japão declara medidas econômicas de emergência em resposta às tarifas de Trump
O governo do Japão manifestou forte insatisfação com a política tarifária adotada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e sinalizou que tomará medidas firmes para conter os impactos negativos sobre sua economia. De acordo com a agência Kyodo News, Tóquio está preparada para implementar um conjunto de ações emergenciais em resposta direta ao aumento das tarifas norte-americanas.
As autoridades japonesas estruturaram um pacote de iniciativas urgentes com o objetivo de proteger a economia nacional — especialmente os setores exportadores — das barreiras comerciais impostas por Washington. O plano inclui estímulos ao consumo interno e apoio ao crédito corporativo como formas de amortecer o choque externo.
Entre as medidas propostas estão a criação de um teto de 10 ienes por litro para o preço dos combustíveis, subsídios nas contas de energia elétrica e a ampliação de linhas de crédito com juros reduzidos, voltadas principalmente às pequenas e médias empresas, que são consideradas as mais vulneráveis no cenário atual.
O primeiro-ministro Shigeru Ishiba defendeu a adoção do pacote, alertando para os riscos que as tarifas norte-americanas representam para a base industrial do Japão, em especial aos setores automotivo e siderúrgico, que são pilares da economia nacional.
Em uma etapa anterior das negociações, o ministro das Finanças, Katsunobu Kato, já havia expressado sua frustração em reunião com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent. Kato classificou as tarifas como "profundamente lamentáveis" e apelou para que Washington reavalie sua postura protecionista. No entanto, até o momento, a Casa Branca não deu sinais de que pretende mudar de rumo.
Embora o comércio tenha dominado a pauta das conversas bilaterais, os EUA também aproveitaram o encontro para pressionar o Japão a arcar com uma fatia maior dos custos relacionados à presença militar americana em território japonês.